quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Nota-se muito que me sinto um bocadinho, mas só um bocadinho, frustrada com o trabalho?

Eu sou o exemplo acabado do que é falhar uma vocação. Andei 5 anos a brincar aos universitários (e às casinhas, e aos médicos, e a muitas outras coisas que agora não vêm ao caso) numa faculdade de ciências. Depois andei mais 3 anos a passsear o meu brilhantismo numa faculdade de letras. E isto tudo para quê? Realmente trabalho numa área que tem algo a ver com a(s) minha(s) formação(ões), mas mais porque fui optando ao longo do tempo: cadeiras em opção, trabalho voluntário nas férias, etc. A ideia era que seria mais fácil entrar no mercado de trabalho, o que realmente se verificou, mas na verdade trata-se apenas de escravatura (por definição). Mas isto tudo para dizer que apesar de ter, finalmente, feito o curso que queria, acabo por pensar que escolhi mal, o que se torna um bocadinho mais grave porque foi o segundo curso. Adoro História, mas será que existe such thing como ter vocação para História? E vou trabalhar em quê? Vão-me pagar? Claro que não. É por isso que não dou por totalmente perdido o tempo, sempre sou arqueóloga, se não é exactamente a mesma coisa é parecido, e todos aqueles dias de Verão a trabalhar (pro bono) debaixo de 38º parecem agora ter valido a pena, pelo menos para poder dizer que sou arqueóloga, mas lá vem o diabinho por cima do ombro a dizer mais uma vez que não sou trabalhadora, sou escrava (por definição).
E afinal qual será a minha vocação? Para dizer a verdade sinto-me verdadeiramente feliz no meio de linhas, agulhas, tecidos, cores, brilhos. Será isto uma vocação? E, ainda mais curioso, sinto-me muito feliz a servir à mesa. O trabalho é muito gratificante, as pessoas são fantásticas, chego ao fim do meu turno com aquela sensação boa de dever cumprido. Será isto uma vocação?E o que tem mais graça no meio disto tudo: aquelas pessoas não me conheciam de lado nenhum, eu não tenho formação nenhuma na área, mas apostaram em mim, confiaram em mim, deram-me uma oportunidade. É muito bom ouvir de um supervisor um elogio rasgado. E o que é melhor: eles pagam-me a tempo e horas, independentemente de o cliente lhes pagar a 30, 60 ou 90 dias. Será que descobri aos 27 anos que devia ter-me formado em hotelaria e estaria agora a ganhar rios de dinheiro? Será que vou tirar outro curso e seguir (mais uma vez) uma direcção totalmente diferente?
Vocações àparte, cheira-me que um dia destes há um certo segundo emprego que vai passar a primeiro.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Obviamente

Tenho um príncipe perdidamente apaixonado por mim. Ficou cheio de pena quando lhe disse que não tinha carro próprio. Disse que ia pôr dinheiro de parte para me comprar um. Eu pedi-lhe um Ferrrari. Azul. Ele disse que podia ser. O príncipe tem sete anos.