quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Hey, Jeremy, um post digno de M.P., the shrink gurl*

O meu ano de 2010 teve cinco momentos de felicidade. A cura da minha mãe. A minha tatuagem 'nothing else matters'. Os três dias de Alive. A minha fabulosa festa de Sto. António. Os grandiosos festejos em coise, em Agosto. Tudo o mais foi merda. Obrigada a quem contribuiu.

* feel free to share

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Incrível como a única coisa que pedi ao Pai Natal foi aquilo que ninguém me deu.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Hoje acordei com coros celestiais, vozes impúberes, sininhos

Na minha rua é habitual as pessoas ouvirem música em volume máximo, com as janelas abertas, no são espírito da partilha com os vizinhos. Mas, foda-se, tinha de ser música de natal?!?!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Atenção, não me interpretem mal. Eu já fui menina de discotecas. Da mesma maneira que já fui menina para ouvir Bon Jovi. E gostar. O expectável é que se aprenda com os erros.
Hoje entrei pela primeira vez em seis anos numa discoteca. Sóbria. Eu mereço o céu.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Há dias em que mil anos não cabiam. Distribui 5.000 flyers, caminhei uns doze quilómetros, encontrei uma pessoa que não via há anos a servir copos num bar, encontrei amigos que chegaram para o Natal vindos de vários pontos da Grã-Bretanha e um da Austrália, encontrei pessoas que fingi que não vi, recebi um convite para uma festa de despedida de dois amigos queridos que vão para o Canadá, fui abraçada por três miúdas vestidas de anjos que davam abraços grátis à saída do metro, ouvi um sermão, ouvi um abrolhos, ouvi conselhos, renasceram-me a esperança, uma pessoa querida recebeu um 19 no seu mestrado, estive na faculdade, entrei em mais bares em vinte minutos que num ano inteiro, trabalhei que me fartei, fiz o jantar, brinquei com a minha gata, fiz tricot, conversei com a minha esposa, e vou para a cama com uma nova alma. Quem tem amigos tem tudo.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Há muitos anos, uma pessoa que eu muito estimava disse-me (sem conhecimento de causa), 'Miúda, um dia vais ser uma granda foda, mas não é para já. Primeiro vais ter de perder essas manias de princesinha, vais ter de te sujar, de rebolar na lama'. Hoje, passados mais de dez anos, não sei se sou ou não uma grande foda (homens casados há mais de cinco anos com mulheres coradinhas e com buço não constituem amostra válida), mas sei que sou uma desentupidora de canos que é uma categoria. Depois de ano e meio de tentativas mais ou menos frustradas posso hoje dizer que desentupo o malfadado cano do lavatório do wc à primeira tentativa. Com aquelas sábias palavras em mente, fiz-me à pista. Sem medos. Sem vacilos. Sem gritinhos. Sem luvas. E saquei uma bola nojenta de cabelos, uma autêntica ratazana morta, que teria praí três vezes o volume do cano onde descansava, impávida e serena, impedindo o correcto escoamento das águas. Não tive de rebolar na lama, mas apanhei com uns salpicos de um lodo pútrido, verde e malcheiroso, de aspecto radioactivo, que me furou a camisola. E pronto. Posso não ser grande foda, mas sou uma mulher realizada. Amanhã compro um desentupidor químico. Dos potentes.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Uma pessoa sai do Bairro Alto para ir passar o fim de semana à província. Chega, janta, anha um pouco no sofá e depois faz o quê? Vai sair com os amigos. Para o Bairro Alto. Uma palavra. Patético.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Do que eu precisava agora era de colinho, de jogar conversa fora e de estórias até adormecer. E de acreditar que, se calhar, amanhã até vai estar sol.
Amei muito um Homem que foi toda a vida um bruto, um boçal. Falava grosso e arrotava alto, limpava a boca à toalha de mesa, palitava os dentes com uma navalha, cuspia para o chão (dentro de casa). Uma camisola interior de alças era a sua farda oficial, tratava as coisas a pontapé e tinha a força de um gigante. Acreditava em deus, na pátria e na família, mas foi um pai ausente. Dedicou-se a uma missão, mais do que a uma profissão, e por mais do que uma vez terá levado demasiado longe o cumprimento do seu dever. Mas como as coisas nunca são a preto e branco, e as pessoas também não, foi também o mais culto dos Homens, o mais grandioso, o mais doce. Conhecia as estrelas e os nomes dos ventos, sabia de cor o canto dos pássaros e as árvores, as plantas, os rios, os países distantes, os animais exóticos. Sabia como e quando plantar ervilhas, como podar roseiras, como enxertar laranjeiras e como resolver e consertar as coisas. Sempre. O mais doce de si esteve sempre reservado para mim e para a 'menina'. Foi com ele que aprendi as primeiras letras, há mais de 25 anos, a escrever o meu nome e o nome dele. Sentada nos seus joelhos, viajei pelos países todos do mundo, com os meus dedos percorrendo o mapa que forrava a sua mesa de trabalho. Recordo como me enxugava o cabelo, secador numa mão e escova na outra, com o desvelo de uma mãe e a destreza de um coiffeur, com mil cuidados de delicadeza enquanto me desembaraçava os nós do cabelo, para não me fazer doer. Eu amarrava um cordel à presilha das suas calças e passeava-o chamando-lhe Bobi, ou então sentava-me às suas cavalitas e tapava-lhe os olhos com a minha saia. Sem um queixume. Sem uma reprimenda. Ensinou-me a dignidade e a honra. Mas esse Homem há muito que partiu, não tenho certeza para onde. Ficou apenas uma carcaça mirrada, titubeante, hesitante entre a lucidez pragmática e a loucura perigosa. Já não penso nele como o meu avô querido, mas como um José Arcádio preso para sempre à sua árvore, manietado e miserável, de onde nunca mais poderá escapar.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Nina não sabe se precisa de um advogado ou de um padre. Mas o seu advogado não atende e padre não conhece nenhum...

sábado, 27 de novembro de 2010

Se não me tivesse deitado às oito e meia da manhã porque passei a noite a trabalhar até achava graça

"Tu ainda tens os teus amantes, qualquer que seja o valor que lhes dás". Isto faz a minha vida parecer tão mais interessante do que realmente é...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A sério. Mais umas horas desta tortura e transformo-me numa Lisbeth Salander de carne e osso.

Estou a deprimir....

Com aquilo que estou a ser obrigada a ouvir, é bom que o Sr. Dr. em Direito me pague umas consultas de psiquiatria quando acabar de transcrever.

sábado, 20 de novembro de 2010

Já me lembro por que é que não resultou. Detesto dormir com armas dentro do quarto, sobretudo perto da minha cabeça.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Filmagens amanhã: sono de beleza ou qualquer outra coisa que faça bem à pele?

O homem do C.I. voltou. O homem do C.I. veio a Lisboa tomar conta das altas patentes e eventualmente aviar uns manifestantes incautos. O homem do C.I. devia rever as suas prioridades. Eu já não tenho 21 anos e o homem do C.I. deve andar já perto dos seus 40. Parece que o homem do C.I. acabou de meter as altas patentes na caminha e tem uma noite livre pela frente. Eu vou-me disfarçar de lolita de 21 anos e vou tentar portar-me bem mal com o homem do C.I.. Espero que o homem do C.I. tenha trazido as algemas.

Montanha ou roleta?

4ª feira - calças rasgadas, sentada no chão no meio da estrada em frente às escadas da AR, com o meu companheiro de luta, a protestar;
5ª feira - cabelos, maquilhagem, roupitxa caprichada, a gravar a novela da noite;
6ª feira - mais de 10h de audiências para transcrever, precisava de um mês, tenho uma semana, e ainda nem tenho o que preciso;
sábado - cinema português, anos oitenta, em rodagem. Medo.

Prontes, afinal é salada.

sábado, 13 de novembro de 2010

Fofinho de sorriso lindo + pessoa que esperou dez anos e que mesmo depois de vigorosamente desencorajada continua a insistir + príncipe das arábias que voltou depois da experiência brasileira ('you know you were always my first choice, baby!') + eu = torneio de sueca. É a única coisa para que me servem. Indeed.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A minha esposa, a tentar boicotar a minha vida amorosa:
- Ah, é verdade, ontem vieram aí à tua procura...
- À minha procura? Como assim?
- Sei lá, alguém tocou à porta lá em baixo, eu fui à janela, mas como não conhecia ignorei...
- E esperas vinte e quatro horas para me dizeres isso?
- Oh, os teus amigos passam a vida a tocar à porta! Tinhas ido jantar fora, que querias?
- Como é que ele era???? - a começar a espumar da boca.
- Sei lá. Moreno. Bonitão. Pareceu ter ficado de coração partido. Ele que te mandasse uma mensagem...
- ELE NÃO TEM O MEU NÚMERO!
- Ah... Pois... Não sei... Que pena....

GRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR

A sorte dela é que o fofinho acabou de entrar agora mesmo no bar do meu vizinho. Uff!
Atravessar uma cidade completamente vazia às 4 da manhã, a pé, é uma experiência magnífica. Parecia que éramos os dois únicos sobreviventes de um qualquer holocausto. Nós e os semáforos. Mas agora à luz do dia parece-me que os únicos sobreviventes são os outros todos.

sábado, 30 de outubro de 2010

Os meus planos saem todos furados

Queria ir para casa de mamãe, não pude porque chove na minha casa. Queria ficar em casa a ver tv, de pijama, saí para os copos à uma da manhã. Vi o fofinho à porta do meu vizinho, escondi-me para ele não me ver, mas acabei no mesmo bar que ele. Queria manter um low profile, acabei por causar uma cenazinha de ciúmes. Queria beber um copo e voltar, acabei a cantar a plenos pulmões no meio da rua às quatro e meia da manhã. Palavras para quê? Os desígnios do Senhor são, de facto, insondáveis. ;)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Chove como na rua Parte II

Oh como adoro ser acordada por um doce e melodioso 'estáachovermenoquartoutravezcaralho' gritado aos ouvidos (não resultou quando gritado da porta). Parecendo que não, dispõe muito para o resto do dia.
A minha vida é tão interessante que acho relevante postar que encontrei cinco euros no chão. Se bem que agora que o revelei, talvez tenha de os declarar nos meus rendimentos.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A menina vai a Paris! A menina vai a Paris! A menina vai a Paris! A menina vai a Paris!
(só não sabe é quando...)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

De repente parece que todos os bares do Bairro me querem para servir copos. God! Nota mental: comprar uma agenda.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Existe um verdadeiro prazer em vermo-nos livres de coisas de que realmente não precisamos. Seja na Feira da Ladra, dando para a caridade ou simplesmente enfiando-as no contentor do lixo mais próximo. Eu sempre me considerei uma melhor cidadã por fazer a minha reciclagem.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Às vezes sinto-me obrigada a agradecer aos deuses pelas pessoas que puseram no meu caminho. E a mim por ser uma eterna adolescente. E ao meu tio por confiar em mim!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Eu sei que já tenho 18.000 malas, mas precisava mesmo de mais esta

Papai achou que era bonito dar-me os doze euros e um cêntimo que paguei à CML de taxa de esgotos. E eu, basicamente, transformo merda em ouro.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Help!

A sério. Por muito patético (e embaraçoso) que seja ter um stalker da margem sul atrás de mim, estou a começar a ficar mesmo assustada.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Esta historieta toda de me chover em casa (vide explanação infra) está a dar-me cabo dos nervos. Embora já não chova cá dentro (mas só porque também não chove lá fora) o quarto de dormir da minha esposa está transformado numa barraca, forrada a sacos de plástico e folhas de jornal. Como a salinha de estar dela não está muito melhor (o que inclui um colchão húmido ao alto), acordámos que ela dormiria na minha cama, até a situação estar resolvida (o que será lá para daqui a uns três meses, se bem conheço os obrais desta terra). E isto, diga-se, destrói os últimos resquícios das poucas sanidade mental e qualidade de sono que eu já (não) tinha. A saber:
1. A minha cama deve ter uns dois metros de largura e a grande estúpida ocupa um metro e meio (e é muito mais magra que eu);
2. Ela dorme com um pijama de Inverno, lençol, cobertor, edredon e ainda põe o roupão por cima da roupa não vá ter frio. Eu durmo nua, com o lençol e sobre a madrugada puxo as pontinhas do cobertor. Conflito de interesses grave, portanto;
3. A vaca de merda adormece cedo, o que me faz sentir uma nazi por ficar a brincar no portátil, na cama, até altas horas da madrugada, sensação essa agravada pelo levantar de sobrancelha por cima do ombro, a cada dez minutos;
4. Ela põe o despertador para as nove da manhã e deixa-o tocar de cinco em cinco minutos até ao meio-dia, hora a que se levanta;
5. Ronca que nem a grande porca que é;
6. A minha cama, como é óbvio, serve duas funções básicas e únicas: dormir (quando sozinha) e foder (quando acompanhada). Não será necessário sublinhar que nenhuma das condições se verifica.
Pois é, estou pior que estragada.

domingo, 10 de outubro de 2010

Recordo-me muito vagamente, por entre as brumas do olvido, da minha esposa ter passado uma tarde do último Verão a queixar-se que uns senhores que andavam a pintar a fachada do prédio de trás a tinham acordado ao meio-dia (!) de um dia de semana(!), com as suas cantorias (um forrozinho safado) e com um 'barulho'. Coitadinha. A dita fachada fica encostada ao telhado em cima do quarto de dormir da pobrezinha... Mas seria pedir muito que tivesse dito na altura, e não passados três meses, num dia em que chove torrencialmente sobre o Bairro Alto durante umas oito horas seguidas, que o 'barulho' eram os obrais (puta que os pariu) a partirem uma ou duas telhas (vá) do dito telhado? Era. Claro. E agora chove como na rua. Muito obrigada. Mais valia teres ficado calada.

sábado, 9 de outubro de 2010

Agradeço sentidamente à minha Mãezinha ter-me trazido o guarda-chuva de que me esqueci na casa dela, em Abril passado. A sério. É da maneira que já posso sair de casa para ir ao Mini comprar víveres para mim e para a gata. Isso e entrar no quarto da minha esposa. Buuuuuaaaaaa. Não me digam nada. Abatam-me, só.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O esforço que tenho de despender para me ver livre das encrencas em que me meto é por vezes superior às minhas forças. Eu até compreendo que desculpas esfarrapadas não colham, mas vamos neste momento no nível 'mentira escabrosa'. E nada. Vou tentar o último recurso. O problema é que não me ocorre nenhum.

sábado, 2 de outubro de 2010

Hoje estive mais que tempos a olhar para uma coisa que me é muito, muito, querida. E que há-de ser minha um dia, espero eu que daqui a muitos e bons anos. Até esse dia, transformo a sala de jantar da Avó Cila no meu Bryant Park privado.

Anywayz, quem é que há-de querer uma singer octogenária, preta com letras e arabescos dourados e pedal manual? É a minha sorte.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

No amor e na guerra vale tudo. E, definitivamente meus filhos, é a Guerra!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Jogo de advertências

'É bom que não me olhes para as mamas!'
'Então é bom que vás mudar de roupa...'

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ya, right!

Juíza: Foi a primeira vez que trouxe droga do Brasil?
Arguido: A primeira vez!
Juíza: Mas ó Sr. Fulano de Tal, diga-me lá uma coisa; o Sr. sabe que foi-lhe apreendido o seu passaporte. Recorda-se disso?
Arguido: Sim.
Juíza: E que nós temos uma cópia no processo. E o Sr. tem aqui várias deslocações, anteriores, ao Brasil.
Arguido: Sim.
Juíza: Para quem tem dificuldades financeiras, como o Sr. diz que tinha, deslocar-se ao Brasil…
Arguido: É que eu fui lá comprar cabelos humanos.

domingo, 26 de setembro de 2010

O desperdício das minhas graça, beleza, educação, cultura e inteligência

Ontem: poli 2520 talheres, descasquei 10 quilos de maçãs e kiwis, servi 650 jantares, servi o meu turno e o turno do colega que fala, fala, fala, fala, mas ninguém o vê a fazer nada, queimei severamente o braço esquerdo e cortei os dedos da mão direita.
Hoje: eu e os meus amigos vestimos fatos de neoprene. E fomos mergulhar? Não, fomos passear para o Camões. A fingir que fazíamos e a fumar ganzas, tudo com um ar muito saudável e jovial, enquanto ganhávamos os vinte euros mais fáceis das nossas vidas. Vivam as empresas e os eventos. Vivam.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O lodo

O lodo é um conceito só compreensível nas suas múltiplas vertentes por quem trabalha em hotelaria. Refere-se a um momento específico, mais ou menos dilatado no tempo. Expectavelmente, mais para o menos que para o mais. Dilatado. No tempo. Hoje foram 280 animais, entre caloiros e veteranos, de três faculdades diferentes --> duas horas e meia de lodo.

Brevemente, farei algumas considerações sobre o poder do empregado de mesa. Tenham medo. Tenham muito medo!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A minha opção por uma franja não terá sido totalmente alheia à necessidade de passar despercebida na vizinhança depois da ignomínia do domingo passado. Mas não ser reconhecida pela minha esposa não será um tudo nada exagerado?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A gaja e o seu cabelo

Um salão de cabeleireiro cheio de galinhas a cacarejar, dois gays a rirem que nem perdidos e eu com ar de estar à espera do meu último minuto, olhos esgazeados, vontade de fugir. É sempre assim. Brigamos, insultamo-nos, ameaçamo-nos, mas amamo-nos de paixão, eu e o meu hair dresser. Nem se põe a questão. Volto sempre ao local do crime. Desta vez lá se foi metade do cabelo (buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa), mas pronto, era mesmo mandatory. Prometo que nunca mais o deixo chegar a tal estado de degradação capilar (mentiiiiiiiira!). Está curto, está curtíssimo, dá-me vontade de morrer, está que nem eu me reconheço ao espelho, está um palmo acima do rabo. Buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa. Bem, é da maneira que já não me dizem que posso limpar o rabo com ele. Sempre agradáveis, os meus. E uma franja. Uma franja, senhores! Que é que me passou pela cabeça? Enfim, sempre posso pintar de vermelho e fico tal e qual a Florence, a minha obsessão feminina do momento. Mas também já me disseram que eu sou mais comestível que ela. Outro sacrilégio. O que é que será que ainda pode correr bem neste dia?

E não, não estou a exagerar. O cabelo é um assunto delicadíssimo. Meio centímetro a menos é muito. Maldito cloro e sal e sol e o caralho. Sniff, sniff.

domingo, 19 de setembro de 2010

A sério, eu não mereço

A minha esposa é uma pessoa ligeiramente exagerada. Desde criança. Só muito ligeiramente. Num minuto diz "chega aqui ao meu quarto, não te cheira um bocadinho a gás?", no seguinte diz "ai, que me sinto tão mal, estou a desmaiar, este cheiro a gás que não se pode", no terceiro diz "as vizinhas de baixo de certeza que estão mortas, morreram com o cheiro, não me abrem a porta" e no quarto já chamou os sapadores. Suspeito que lá no quartel haja pessoas igualmente exageradas, ligeiramente, porque três minutos depois tenho dois autocarros de bombeiros a fazer tinoni à minha porta e vinte e tal gajos enormes, equipados dos pés à cabeça, de máscara, capacete e lanterna e tudituditudo a invadirem-me a casa. Tudo muito à séria, tudo muita testosterona. Claro que nesse momento os vizinhos já se penduravam nas janelas, a fila de carros atrás dos dos bombeiros chegava ao Camões e eu estava a começar a amarelecer de vergonha e ainda nem sabia o que vinha aí. Em cinco minutos, veredicto final: cheira a esgoto. Nunca mais saio à rua. Buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaá...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Ideias brilhantes #4

Disse a x que me tinha inscrito no ginásio. Gargalhadas. Disse a y que me tinha inscrito no ginásio. Gargalhadas e "junta-te mas é aos teus amigos bêbados e larga dessa mania de seres saudável. Os bêbados é que sabem.". Disse a z que me tinha inscrito no ginásio. Gargalhadas e "tu não és gaja de ginásio". Disse a w que me tinha inscrito no ginásio. Gargalhadas e "pensei que o ginásio era para os barrigudos e que tu já és boa que chegue. Pelo menos é o que andas sempre a dizer...". Hoje fui ao ginásio. Não tenho vontade nenhuma de me rir.

sábado, 11 de setembro de 2010

A ver se isto assim vai lá

Nina, um computador, as suas transcrições de audiências e uma garrafa do seu vinho favorito no mundo. Pop!

Eu e as portas

Tenho um claro problema com portas. Ou então é só com maçanetas. Ou então é a minha casa que está a cair de podre. Preciso de um obral nesta casa, ASAP!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Quer-me parecer que inchei uns quantos centímetros. Coisa que constato com agrado vs. desagrado. Agrado porque estou com um derrière que só me apetece agarrar com as duas mãos e abocanhar (se me fosse fisicamente possível) de tão redondinho e empinado e apetecível que está. Com desagrado porque estou com uma barriga que me faz parecer estar de esperanças (ou isso ou uma ama-de-leite, mas isso é noutra parte...). Portanto, a questão que se impõe é: como uma lata de leite condensado inteira ou só metade?

domingo, 5 de setembro de 2010

Faço tricot, faço crochet, gosto de galos de barcelos e de xanax. Na verdade, o que é que me separa da Joana Vasconcelos? Coisa aí de 80 quilos.

sábado, 4 de setembro de 2010

Como as batatas

Hoje apetecia-me escrever imensas coisas. Como que vim comer ostras, por exemplo. Mas aborrece-me o teclado do telemóvel, por isso vou resumir numa palavra: douradinha.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sou mesmo uma princesinha...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ainda por cima neste ridículo mini-portátil, que mais parece o telemóvel da Barbie...

À minha volta há crianças aos gritos, adultos que chupam o seu álcool por palhinhas coloridas. Há sol, há palmeiras, há espreguiçadeiras. A piscina chama por mim. MAS ENTÃO POR QUE CARALHO É QUE EU TENHO DE ESTAR A TRABALHAR????

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Eu não aprendo nunca...

Vim ao shopping comprar um saco de praia para a minha esposa, saio com uns calções, uns óculos e dois chapéus de homem. A postar da zona das camas, loja de decoração, enquanto a minha esposa escolhe artigos de casa de banho (ou cadernos escolares, não tenho bem a certeza).

domingo, 22 de agosto de 2010

Puta que pariu

Isto até parece conversa de quenga, mas a verdade é que os meus clientes me pagam para os ouvir. Malditos advogados! E juízes. E testemunhas. E procuradores. E réus. E arguidos. E demandantes. E...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Morando num bairro boémio e exercendo, de momento, uma ocupação dita liberal, nunca me consigo deitar antes das 4 ou 5 da manhã. Mas não deixa de ser curioso que em casa dos meus pais adormeça no sofá às 22h30.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O príncipe das arábias trocou-me por uma brasileira. Previsível. A má notícia é que já não vou ter o casamento marroquino com que sempre sonhei (desde que vi 'O Clone'). A boa notícia é que encontrei os óculos.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Deve ser um descanso para um pai, sobretudo um pai que acaba de chegar 'da França', com três dentes na boca, cordão de ouro ao pescoço, sapatos em bico e que fala axim, mas como eu ia dizendo, deve ser muito mais descansativo para este pai saber que a filha só se dá com paneleiros. Mas será que o avec se sente igualmente descansado quando está na varanda com o bracinho de uma bicha louca pousado sobre o seu?
Cheira a vacas... Não! É a figos. Boa, Sr. Dr.!
Eu conheço uma gaja que queria comer um gajo. E a amiga da gaja queria comer o amigo do gajo. Mas a amiga era um bocado enconhada. E a gaja era um bocado puta. De maneiras que o que aconteceu foi:
a) ninguém comeu ninguém;
b) a amiga comeu o gajo e a gaja nunca mais falou à amiga;
c) o amigo comeu a gaja, mas queria era comer o gajo;
d) a gaja comeu a amiga;
d) nenhuma das anteriores.

Shame on me!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

De partida para os grandiosos festejos em coise, algures no Ribatejo. Uma aventura!

sábado, 7 de agosto de 2010

Eu considero-me uma bebedora de primeira qualidade. Não é nenhum talento especial, aprendi com os melhores --> o meu cota. Aparentemente bebo como um homem, seja lá o que isso quer dizer. Ao contrário da maioria das pessoas posso fazer misturas e agradeço ao meu cérebro ter um dispositivo automático que me impede de me humilhar em público. Nunca caio do salto, só faço figuras sozinha ou em casa, nunca vou ao grego e lá abro uma excepçãozinha de quando em vez e peço ajuda a alguma pessoa mais íntima, sempre muito discretamente, para me ir pôr a fazer xixi quando já não consigo encontrar a casa de banho. Dito isto, ontem, pela primeira vez na vida, depois de uma imperial, duas garrafas de vinho verde e quatro margueritas sairam da minha boca as palavras "não consigo beber mais". Será que é isto que é a idade??????? Estou bem fodida.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Shop till I drop

Anteriormente na H&M. Hoje em dia no corredor dos enlatados do minipreço.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Vou todas as semanas à praia. Três dias em cada semana. No mínimo. Continuo da cor de uma folha de papel. Para os outros. Para mim já vou no nível 'páginas amarelas'. Porque faço um bronzeado dourado. A minha esposa faz um bronzeado cinzento. Vai no nível 'páginas brancas'.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Tss tss

Gasto eu rios e rios de dinheiro em shampoos e condicionadores sem sal, para depois passar o dia com o cabelo enfiado no mar...

domingo, 1 de agosto de 2010

Alguém me explica a razão de eu me ter levantado hoje de manhãzinha, saído da minha caminha, ter atravessado a MINHA casa, para ir à MINHA casa de banho, e me ter cruzado com o cabelinho pantene na MINHA cozinha?? Já mencionei que estava completamente nua? Eles estavam vestidos. Ok. Eram duas da tarde. Anywayz. Percebo a falha neste raciocínio, só não a consigo verbalizar. Vamos ter uma conversa, minha menina!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

So long, cabelinho pantene

Acabei de perceber o Moët & Chandon. A minha esposa querida, flatmate, irmã do meu coração, acabou de pôr o pé na bunda do metrossexual. It's party tiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiime!
Tenho a ligeira sensação que venho à minha casa (o que tem sido raro, de facto) apenas para limpar, encher o frigorífico e ver filmes no portátil, deitada no sofá. Por outro lado, acho que se passam coisas bem giras aqui durante as minhas ausências. Entro em casa e tenho a bancada pejada de garrafas de Moët & Chandon vazias. Abro o frigo e tenho três iogurtes que passaram de prazo há 3 meses e uma lata de atum aberta. Só. Talvez repense a minha agenda para o que resta do Verão.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A inactividade está a tornar-me burra. Eu costumava ser a maior devoradora de malaguetas deste hemisfério. Hoje o meu pai conseguiu convencer-me que mastigá-las não fazia mal.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Eu quase podia jurar que usava óculos. Mas há coisa de um mês que não os vejo... Grrrrrrrrr!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Eu não tenho problemas absolutamente nenhuns em dormir. De manhã. O meu problema em dormir é à noite. FODA-SE.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Está demasiado calor para escrever. Aliás, está demasiado calor para seja lá o que for, com excepção de ficar o dia todo dentro de água. Coisa de que amanhã tratarei, com o maior afinco. E agora vou comer caracóis e beber mines.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

E aí vou eu para a praia, pela fresquinha das onze e meia da manhã (o meu plano de me levantar às 9 foi, como é óbvio, por água abaixo). Shorts, top de nylon (daqueles que só de olhar já cheiram mal) a apertar atrás do pescoço e chinelos made in china. Visual 80% chunga, 100% subúrbios. Para compor o cenário, faz um vento do caraças, andam pólens pelo ar e pó e sei lá mais o quê, pelo que me dá um ataque súbito e agudo de rinite alérgica. De maneiras que vou pela rua fora a assoar-me ruidosamente quando sou engatada à cara podre por um tipo que encosta o Mercedes ao passeio e entre risos (dele e meus) me pede o telemóvel e me diz que nunca até hoje pensara que uma mulher a assoar o nariz podia ser sexy. Pois é. Há bocas foleiras, piropos de prazo para lá de vencido e há abordagens fofas. Parece fácil...

terça-feira, 20 de julho de 2010

E juro pela minha rica saúde que não fumo crack. O tubinho da bic foi o que encontrei de mais adequado.
Se virem uma parola de quase trinta anos a soprar bolas de sabão à janela de um quinto andar, sou eu.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Hoje passei na minha primeira faculdade. Foram cinco anos dos mais absolutos tédio e desespero, mas também da mais pura felicidade. Parece que foi ontem. Foda-se, estou bué de velha.
E agora enfiar meia dúzia de coisas na mochila e partir para os subúrbios, essa meca dos pobres e desocupados.

domingo, 18 de julho de 2010

O meu fim-de-semana foi inteiramente dedicado a devorar filmes no portátil, devidamente acompanhados por batatas fritas de pacote, refrigerantes, sticks'n'cream e tortas dancake. Com merecidas pausas para cervejas, morangoskas e grogue nos sítios do costume. Planos para a esta semana: praia, livros, música e vender a alma.
Confesso que a Soraia Chaves subiu uns pontitos, mas haverá por aí alguém que tenha o número de telemóvel do Marco d'Almeida?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Um dia destes calhou em conversa confessar, entre o embaraço e o pesar, que sou incapaz de sentir ciúmes. A pessoa em questão mostrou surpresa e agrado, eu sinto espanto e desalento. O ciúme não é afinal uma coisa boa (na medida certa, evidentemente)? Depois fiquei a pensar e comecei a andar para trás, tentando perceber a raiz da questão. E vieram-me à memória episódios passados tinha eu cinco anos. Quando soube que ia ter uma mana fiquei esfuziante de alegria. Lembro-me de pensar que o bebé nascia e passado pouco tempo seria do meu tamanho e podia brincar comigo e com os meus brinquedos. E esta foi toda a importância que dei ao acontecido. Mas rapidamente os adultos à minha volta começaram a conspirar contra mim. Diga-se em abono da verdade que, passada a alegria inicial, pouca importância dei ao facto. Sempre estive mais entretida com o meu mundinho interior do que com quaisquer circunstâncias externas. Mas os adultos pareciam não pensar assim. A minha avó, uma pedagoga como já não se fazem, agitava o indicador à frente do meu nariz e dizia, com uma ameaça velada na voz, "Não vais ter ciúmes do bebé. Não podes ter ciúmes do bebé. Não vais ter ciúmes do bebé!". Religiosamente, várias vezes por dia, com a pontualidade de uma colher de xarope apontada directamente às goelas. Se na altura isto não fazia muito sentido, tornou-se rapidamente um conceito temido. A tortura atingia o seu pico quando encontrávamos as outras senhoras na praça, no lugar das hortaliças, ou no Castelo, onde passeávamos todas as manhãs. A minha avó contava a novidade e as outras mães e avós que por ali andavam com os seus rebentos juntavam as cabeças e começavam a cochichar. E era então que a minha avó elevava a voz umas quatro oitavas (para se certificar que era ouvida desde aqui até à Trafaria) e olhava para mim de esguelha enquanto dizia "A nossa Ninazinha não tem ciúmes nenhuns do bebé, POIS NÃO?". Quando se calava os vidros à nossa volta tinham-se estilhaçado, os alarmes dos carros tinham disparado, e as crianças à minha volta tinham os olhos esbugalhados, os cabelos em pé e as bocas escancaradas, com um fio de baba a escorrer (enquanto as suas mamãs e avós acenavam aprovadoramente). Era assim que se educavam os petizes, those days. E pronto, matou-se o bicho, acabou-se com a peçonha. Palavra extirpada do meu dicionário pessoal, em todas as suas vertentes e ambivalências. Forever and ever. Diga-se, como nota de rodapé desta bonita estória, que eu até tinha todas as razões para ter ciúmes do bebé. Até aí filha única, menina do papá, neta mais nova e única menina. E, ainda pior que isso, uma semana antes do bebé nascer parti um braço e tive de engolir as lágrimas e puxar-lhe pela saia durante dois dias (DOIS DIAS), até a minha distraída e paquidérmica mamã finalmente olhar para baixo e perceber que se calhar o melhor era levar-me ao hospital (sem grandes pressas, claro, já que esperámos dois dias vamos jantar primeiro). Mas o facto é que não tinha (e se por acaso, o que é expectável e até, atrevo-me a dizê-lo, desejável (mais uma vez na medida certa) viesse a ter não seria nenhuma tragédia) pelo que tudo o que estes educadores patetas conseguiram foi boicotar a minha vida sentimental posterior. Obrigadinha aí!
De maneiras que se penso no homem que amo com outra, em vez de ciúmes dá-me tusa, mas acerca das razões de tal aberração não quero nem sequer começar a pensar nelas...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Par #847















Dois números abaixo do meu (tudo bem, sou mulher para isso e para muito mais!), mas o que conta é a intenção. Belezuras da mamã!!!

Os homens, Senhor, os homens...

Foi só um beijinho. Não era preciso apagar o cigarro no próprio braço.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Realmente, de que é que eu me queixo?

Diariamente pessoas ligam-me, mandam-me mensagens ou encontram-me e gabam a minha beleza, a minha energia, o meu génio, a minha verve, a minha graça, a minha espontaneidade, a minha genuinidade, o meu talento, o meu brilho, a minha atitude, a minha joie de vivre. Elogiam o meu cabelo ("caracóis ruivos" ;)), as mamas, o cu, os meus lábios, os meus olhos, os meus vestidos, as minhas tatuagens. Perfeitos desconhecidos querem levar-me para dançar no Jamaica (grande coisa...) ou para beber um copo no Lux (outra grande coisa...). Oferecem-me 20 euros por uns óculos de sol de 6 euros (H&M), só pelo prazer de mos verem tirá-los do decote. Pessoas vão fazer o trabalho sujo por mim enquanto durmo a sesta no sofá, ajudam-me a vender o que tenho para vender e oferecem-me presentes de valor incalculável (literalmente, pelo menos para mim). Bajulam-me. Invejam-me. Idolatram-me. Mimam-me. Seria, de facto, uma convencida insuportável, não fosse uma fraude auto-consciente. Se acreditasse em Deus pedia-lhe que me fizesse burra, muito burra, ergo feliz.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sentados no chão imundo, partilhamos a comida, a cerveja, o fumo. Somos iguais, somos um. Tudo o que precisamos do mundo cabe dentro de uma mochila. Temo-nos a nós e temos o rock. E que seja assim para sempre.

Back and ALIVE

Que se foda, meus filhos, que o Verão é isto mesmo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A vida seria insuportável se não tivessemos a capacidade de nos habituarmos

Podes dizer o que quiseres. Mas sabes que é verdade. Vejo a tua alma. É minha para sempre. Maldito sejas!

A minha vida é tão estúpida

Podia estar sozinha em casa a olhar para a tv. Mas estou sozinha num bar a olhar para uma cerveja. E neste momento, sinceramente, não parece muito mais interessante que o Tim Gunn's Guide to Style...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Eu gosto é do Verão

Nina acabou de estender a sua toalhinha na areia e agradece mentalmente a S. Pedro pelo primeiro dia em quinze sem vento. Nina vai agora tostar durante 10 minutos E X A C T O S de cada lado antes de se atirar à água.

sábado, 19 de junho de 2010

"Can I ask you out?"
"No."
"C'mon!"
"No. You must marry me first. Then you can take me anywhere you like."
Joelho no chão. Milhares de pessoas à nossa volta.
"Nina, will you marry me?"
"No!"
"C'mon. Go out with me. We get to know each other better, then we choose the names for the kids."
Só me fazem passar vergonhas....
Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Lembro-me exactamente do que fiz neste dia, há um ano atrás. Estava um calor que não se podia. Eu tinha uma saia preta, um top branco e as minhas melissas (do chinês). Combinámos na esplanada depois do trabalho. Escolhemos uma mesa à sombra e bebemos imperiais enquanto eu lia o jornal e tu te queixavas do patrão. Chegaram alguns amigos e bebemos mais umas imperiais e fizemos piadas, até tu os enxotares delicadamente. Fomos para tua casa e fizemos amor no chão. Depois encomendámos comida e ficámos a beber super bocks de lata deitados seminus, tu no chão e eu no sofá, com a janela aberta e a luz apagada. À meia-noite e oito minutos disseste "parabéns, chavala" e fizemos amor no sofá. Coisa bonita, a amizade desinteressada.
E o que é que mudou do ano passado para este? O tempo está francamente mais fresco.

Ideias brilhantes #3

Há lá plano melhor para festejar o meu aniversário que juntar-me a outros quinhentos desgraçados e irmos todos juntos de braço dado fazer um exame (cada um um seu) em que passa uma pessoa em cada sete? MAS ONDE É QUE EU TINHA A CABEÇA??????

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Há valores sagrados

Não se bate numa pessoa com óculos. Mesmo que seja de outro partido.
Passei a minha infância fascinada pela figura de um parente remoto, que aparecia de quando em vez na aldeia. Nós íamos e vínhamos; ele "chegava". Era um acontecimento. Toda a minha família, próxima ou afastada, tratava este homem por Padrinho, o que era muito estranho, porque era impossível que tivesse apadrinhado tanta gente, de tão variadas idades. O Padrinho, homem extraordinário e belíssimo, apesar da idade, e a Madrinha, uma réplica da Maria Callas, mas de cabelos brancos, com os seus inseparáveis óculos de lentes verde escuro, eram definitivamente as pessoas mais finas da aldeia. O Padrinho era um homem imponente, de cabeleira branca e sobrancelhas impressionantes. No meu mundo de fantasia, achava que era o Álvaro Cunhal, passando férias incógnito, numa aldeia ribatejana esquecida. O que tornava tudo ainda mais estranho, porque o meu avô insultava o Álvaro Cunhal na televisão, mas tratava o Padrinho com uma reverência inusitada. Isso devia fazer parte do disfarce, pensava eu, para tornar tudo mais verosímil. De facto, o meu avô tratava o Padrinho por senhor (não exactamente da forma que usamos hoje, mas sim numa forma que caiu em desuso há muitos anos, mas que se utilizava ainda há 50 ou 60 anos lá na aldeia, até entre marido e mulher, porque o tu seria impensável, e o vossemecê era usado exclusivamente entre pares), mas o Padrinho tratava o avô por tu! Eu franzia o nariz e espiava-os pelo canto do olho. O Padrinho parecia muito mais novo que o avô... Mais tarde percebi que o que o Padrinho não era mais jovem, era sim mais jovial e que o que vira do mundo lhe dava um à-vontade dentro de si próprio que lhe permitia a informalidade (coisa que o meu avô nunca se permitiu nas relações interpessoais, embora nunca o tenha ouvido tratar mais ninguém por senhor). Percebi também que os Padrinhos tinham sido muito ricos quando os meus avós eram muito pobres e que embora os meus avós nunca tivessem aceitado o dinheiro deles (a minha avó mudou-se temporariamente para sua casa quando lhes nasceu o primeiro filho, e a Madrinha passou muito mal), mas costumavam receber cestinhos com géneros, tão escassos nos anos que se seguiram à Guerra, que eles enviavam lá para casa. Compreendi também o conceito de "obrigação". A nossa família "devia uma grande obrigação" a uma família, ou outra família "devia uma grande obrigação" à nossa, porque há 50 anos nos tinham pedido emprestados 5 litros de azeite, ou porque há 80 eles tinham deixado o nosso rebanho atravessar a fazenda deles para beber água na ribeira. Hoje em dia parece piada, ou uma história passada na Sicília. Mas não. Passou-se connosco, passou-se aqui. Com o tempo estas coisas perderam a sua importância e eu ganhei outra compreensão do mundo. A família dos Padrinhos desintegrou-se quando os filhos se divorciaram das noras, e os netos cortaram relações com eles. Eu já não tinha a J. e o K. para brincarem comigo, e a Madrinha tornou-se uma figurinha pequenina e debilitada, que fazia arroz doce só para mim, porque não havia mais netos que o comessem, tão distante da diva imponente de outros tempos. O Padrinho adoeceu e morreu. Os filhos enfiaram a Madrinha num lar de terceira idade.
Anywayz, hoje já não nos lembramos a quem devemos obrigações, ou quem as deve a nós, e já nem sequer conhecemos as estremas das nossas fazendas, e se isso tem o seu quê de triste, como uma memória longínqua de um mundo mais puro e honrado, por outro lado já se pode contar em voz alta a razão por que o Padrinho ficou tísico poucos meses depois de chegar a Lisboa vindo da aldeia, na força dos seus vinte anos. Ah, aqueles olhos verdes!!!!

domingo, 13 de junho de 2010

As minhas festas são um sucesso

Vêm os que eu amo, vêm os que eu conheço e vêm os que eu não faço ideia de quem são. Vêm os que eu convido e os que alguém convidou e os que aparecem sem ninguém os convidar. As minhas festas pagam-se a si próprias e mais que isso dão lucro. Nas minhas festas encontram-se por puro acaso pessoas da outra ponta do país, convidadas por pessoas diferentes que não se conhecem entre si. Nas minhas festas aparecem pessoas que eu não via há anos e tudo parece acontecer por obra do destino. Nas minhas festas eu chego atrasada à minha própria casa e já tenho umas quinze pessoas sentadas à minha porta. Nas minhas festas, alguém que eu não conheço e que veio de Marrocos via Paris, está a assar sardinhas e febras para toda a gente, enquanto eu bebo cerveja. Nas minha festas há pessoas de pelo menos umas dez nacionalidades. A minha festa foi perfeita, no meu dia favorito do ano, com algumas das minhas pessoas favoritas no Universo. :)

sábado, 12 de junho de 2010

O momento alto do meu dia ou Os homens não podem ver um par de chuchas apontadas ao céu

Pela primeira vez na minha vida entro na Assembleia da República. Ponho o meu sorriso pepsodente e dirijo-me ao agente à porta. “O Dr. fulano de tal está à minha espera”. Diz que posso entrar e dirigir-me à funcionária. Digo-lhe que só quero entrar e que o senhor virá ter comigo à porta. “Faxavor de entrar, menina”. Entro. Medo. Os meus joelhos tremem. Tenho pânico de polícias e horror a solenidades. O bófia entra atrás de mim e mete-se comigo à cara podre. Chega o Sr. Dr., que diz para eu entrar e passar as minhas coisas pela máquina de raios-x. O bófia arvora um sorriso (o dobro do meu à chegada) e diz que não é preciso. Agradeço e bato-lhe duas vezes as pestanas. O pateta do Sr. Dr.: “Ninguém te resiste. Reparaste no sorriso de orelha a orelha do bacano?”. Não sei se core de embaraço ou se encha a mochila de semtex para a próxima vez.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Agradeço ao Senhor pelas mensagens à borla entre 96

PêPê: Que estás a fazer?
Nina: Absolutamente nada.
PêPê: Sabias que o sol se encontra a cerca de 28000 anos luz do centro da galáxia?
Nina: ...
PêPê: O raio polar é 25 Km menos que o equatorial! Estou a enlouquecer... Quem é que andou a medir isto?
Nina: -.-
PêPê: Qual é o teu problema?
Nina: Amor a mais. Vida a menos.
PêPê: Adopta um pretinho.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Afinal, e contra todas as perspectivas em contrário, parece que tenho saúde para dar e vender. Não é uma doença fibroquística da tanga que me vai matar. Um OBRIGADA muito sentido a todas as mulheres e aos dois homens que durante as últimas 3 semanas me tentaram convencer que sou muito nova para morrer.

Por que raio estou a estudar estatística outra vez??????

É incrível como 80% da minha energia vital é gasta a sacudir chatos e inconvenientes e insistentes e crianças grandes da minha vida. Os 20% que sobram passam-se a contar horas que nunca mais passam.

Não, a sério, estou mesmo a estudar estatística. Para idiotas.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Se eu podia parar de escrever parvoíces?

Não!

Príncipe, príncipe, estavas tão bem no baú das recordações ou O que fiz eu para merecer isto?

Uma das ideias mais geniais que já tive: como evitar ir para a cama com um gajo. "Então, babe, vamos até tua casa?", "Não, vamos antes beber um copo.". Passados 45 minutos soa mais ou menos "Bubemox maije um coooopo?". Passadas duas horas cai-se para cima da mesa do bar, a ressonar. Alguém nos arranca de lá, com umas beatas ainda agarradas à bochecha (coladas com baba).
Não foi bem assim que aconteceu. Sempre a bater no fundinho, mas com elegância e classe! Fui salva pelo meu querido marido depois de mandar uma mensagem de S.O.S. à socapa. E só despenquei no sofá de casa (para todos os efeitos, não estava num bar, estava sentada no chão, na rua).

segunda-feira, 7 de junho de 2010

É o Sto. António, estúpido!

Nem imagino a quantidade de bagaço, cerveja e ganza foi necessária para me convencer a fazer uma sardinhada na rua. Contras: é bem capaz de ser proibido. Tenho a certeza que é proibido. É proibido. Prós: já tenho dois advogados confirmados, por isso é capaz de não haver azar.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A minha honestidade intelectual só é ultrapassada pelo tamanho da minha ingenuidade

- Olha lá, tu queres comer-me? Não é um convite. É uma pergunta.
- Aaaaaa......... Sim.
- Ah!... Bom... Pois... Isso é... Hummm... (sorriso amarelo)

...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Faço escolhas de merda

Dos dois únicos homens com quem aceitei casar-me em toda a minha vida, um está morto e o outro desapareceu algures na estratosfera.

sábado, 29 de maio de 2010

Esqueci-me de mencionar "cruéis, maquiavélicos e odiosos".

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Paris, je t'aime

Não gosto nada de usar o blog para mandar recadinhos, mas como o prometido é de vidro... Gostava muito mais de nós quando não tínhamos perdido os nossos objectivos de vista. Éramos menos cínicos, menos amargos e menos irritantes um com o outro. E tomavas tão bem conta de mim. Mas não faz mal. Amo-te na mesma, meu grandessíssimo tolo.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Não pensei viver para ver chegar este dia...

Afinal sou uma puritana. Uma moralista. A minha educação profundamente católica está toda a vir à tona. Isto porque, pasme-se!, sei distinguir tão facilmente o certo do errado. Porque o certo, obviamente, é andares a encornar a tua namorada. O certo, obviamente, é exigires de mim o que sabes que não posso, nem quero, dar-te. O certo, obviamente, é eu dar-te satisfações sobre com quem durmo, quem convido para a minha casa, ou se me pus a dançar o can-can toda nua com um chapéu de pasteleiro às quatro da manhã no Marquês de Pombal. Pois, o certo. E o errado. Tão difícil.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Eu não quero levantar falsos, mas as pessoas quando morrem são todas fantásticas, umas porreiras. Até os traficantes de droga.

It's not personal, Sonny. It's strictly business.

“Acho que devias arranjar um emprego e começar a pensar em juntares-te e ter filhos. Do franguinho ou do teu novo melhor amigo de infância são as minhas sugestões. Os teus genes merecem.” Talvez. Mas os deles não!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O meu autismo começa a dar os seus frutos. Cinco dias, três Pedros, três sermões. Mas eu mereço. Vou só ali dar duas voltas e meia ao meu cilício e já volto.

Eu e o meu povo

Hoje celebram-se exactamente 10 anos que deixei definitivamente a vida boémia para me dedicar, com afinco, à decadência. Com grande sucesso, diga-se. Há que festejar!
Nota1: O James H. passa a metro e meio de mim e o que é que me passa pela cabeça? Delírio? Euforia? Êxtase? Histeria? Não. "Foda-se, parece um estivador".
Nota2: Preciso de alguém que me conte histórias até eu adormecer.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

domingo, 16 de maio de 2010

De visita a São Salvador da Baía, eu e a minha esposa quisemos consultar uma Mãe-de-Santo. Demasiada crendice, dirão vocês. Demasiado Jorge Amado, respondo eu. Assim que aterrei foi a primeira coisa que disse à nossa guia. Ela respondeu, muito solícita, que tinha um colega especializado nesse tipo de serviço (?!!) e que me ligaria mais tarde para explicar detalhes. Dois dias depois liga-me. Contas redondas, a troco de cem euricos, mais coisa menos coisa, alguém nos iria buscar ao hotel e levar-nos-ia a um terreiro para, com mais uns quantos turistas, assistirmos ao culto. O preço, por pessoa, incluía toda a animação (??!!!!!) e a nossa segurança, uma vez que os terreiros ficavam todos em perigosíssimas favelas. Desistimos da ideia. Mal por mal, antes gastar o guito em caipirinhas e bikinis. Eu, totalmente avessa a programas 'turísticos', prefiro passear por minha conta e risco. Lisboa, Marraquexe, Tunis, Taipa; conhece-se bem mais de uma cultura e de uma cidade sentada numa esplanada a ouvir conversas alheias e a observar o vem e vai que dentro de um museu a olhar para paredes. De maneiras que agarrámos em nós e andámos pela cidade, a sentir a vibração da coisa. Percorremos as ruas e subimos as ladeiras que já amávamos antes de conhecer, de tantas e tantas vezes termos lido sobre elas. Um belo dia conhecemos uma pessoa, uma personagem saída directamente da cabeça de Jorge Amado. Depois de algum tempo à conversa fomos à nossa vida, mas não tínhamos dado nem dez passos e diz a minha esposa "Reparaste nos colares? Ele é do candomblé! Se lhe perguntássemos a ele?". E lá voltámos atrás, roxas de vergonha, com medo de estar a ferir susceptibilidades. Zé Carlos, depois de consultar a esposa com o olhar, e de dizer que não costumava dar o contacto da sua Mãe-de-Santo a estranhos, deu-nos um papelito com um número de telefone. Corri para o orelhão mais próximo e disquei o número. Do outro lado atende-me uma senhora que ao fim de duas frases minhas me pergunta se não sei falar português... Depois de uma aventura linguística lá nos conseguimos acertar. No dia combinado, Zé Carlos enfiou-nos dentro de um táxi e deu as suas indicações ao irmão. Percorremos a cidade e começámos a subir a favela quase em pânico, já arrependidas de onde nos tínhamos ido enfiar. O "irmão" foi impecável, estacionou o carro, chamou pela Mãe e só foi embora quando já estávamos dentro de casa. Casa? Barraca. Muito asseada, mas ainda assim miserável, com imagens recortadas a servir de decoração e uma data de relógios parados ou com horas trocadas. Enquanto a minha esposa entrou lá para dentro para se consultar, eu fiquei na sala a contar os ratos que passavam. Quando chegou a minha vez, ia desmaiando do esforço de conter o riso. Aparece-me uma velhinha encarquilhada, noventa e tantos anos (tinha-mo dito Zé Carlos), escura como a noite, em camisa de dormir, mas com umas venerandas barbas brancas. Devo dizer que a vontade de rir me passou quase a seguir, quando me começaram a rezar e a aspergir com uns líquidos altamente suspeitos. Mandaram-me sentar e ficar de boca calada. O que se seguiu foi um dos episódios mais surreais da minha vida já pouco realista no correr normal dos meus dias. Hei-de guardar para sempre as coisas que me disseram, Mãe O. e a sua Filha C. Algumas coisas pareciam anedota (além de altamente improváveis, na altura), mas vieram a acontecer, implacavelmente, mais cedo ou mais tarde. Neste momento oiço as palavras "apartamento no centro da cidade" ecoarem nos meus ouvidos, e vejo as palavras que se seguiram a piscar em néon. Depois chamaram a minha esposa de volta e passaram-nos o que se pode chamar de um grandessíssimo sermão, de pessoas que não nos conheciam de lado nenhum, mas que sabiam perfeitamente do que estavam a falar (e pelo menos tinham a legitimidade da provecta idade do lado delas). Lembro-me também, com grande carinho, das últimas palavras que Mãe O. me dirigiu. "Você não está perdida, minha filha".

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Terceira parte

Desespero misógino. Meio copo. Massacre. Muito pior.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Red Bull dá-te aaaaaaaaaaaaaaaaasas

E estou a começar a alucinar completamente porque são 4 da manhã e não posso ir dormir porque tenho trabalho para entregar e depois faço directas em cima de directas e vou-me deitar às 10 da manhã e acordo às 6 da tarde e já não sei o que é noite e o que é dia e no outro dia às 5 da manhã tinha tanta fome que tirei um pacote de bolachas daqueles que têm uma embalagem de cartão por fora directamente para dentro dum olho e comecei a gritar estou cega estou cega mas lembrei-me que eram 5 da manhã e se calhar era melhor gritar em voz baixa e doeu comó caralho mas depois quando tirei a mão do olho vi que afinal não estava cega mas tinha uma mancha encarnada no olho e fiquei quatro dias quatro sem olhar para o espelho porque posso ver as minhas tripas mas tudo o que meta olhos põe-me os joelhos a tremer e achei que ia ficar assim para sempre mas depois distraí-me e olhei para o espelho e afinal o olho já está normal outra vez e depois acontecem-me cenas embaraçosas como vir da casa de x e encontrar os amigos de x e fingir que não os vejo mas eles virem ter comigo e perguntarem-me se x já voltou e eu pensar se soubesses onde é que x tinha a boca ainda agora mas fazer cara de anjo e dizer que já voltou porque falámos no msn e depois pensar que foi uma parvoíce porque é mais que provável que x amanhã se desboque que estivemos a ver um filme e depois vai parecer suspeito que eu não tenha dito nada mas agora já está já está que se foda e depois aturar as cenas de ciúmes do mesmo de sempre e acabar por ir para os copos com os amigos de x vamos até ali enrolar uma ganzazinha queres não obrigada tenho de me manter acordada porque tenho de ir trabalhar no computador e a minha vida é uma miséria e chego a casa mas afinal os ciúmes já passaram então vou só fazer um xixi e já te encontro no real e já são 3 e meia da manhã não acredito que vou sair outra vez para a rua tenho tanto ainda para fazer mas o sábado é só uma vez por semana é da maneira que depois compenso e deito-me ao meio-dia talvez e afinal até deu para mudar a opinião e conhecer um povo que até é cinco estrelas até já tenho um novo spot onde ir porque o meu tio não tem café que é uma coisa que me aborrece um bocadinho portanto agora sempre posso ir beber um cafézinho e trocar umas ideias com gente porreira que me vende red bulls logo a mim que não bebia um red bull há mais de sete ou oito anos porque toda a gente sabe que dá cabo do coração a uma pessoa e claro que todos vamos morrer um dia mas eu por mim até nem tenho pressa e depois recebo mensagens um bocado parvas está-se mesmo a ver onde é que isto vai dar mais dia menos dia dizes-me aquilo que eu não quero ouvir mas há que encarar estas cenas com tranquilidade e dizer é a vida que é que queres que faça por ti ou se calhar é melhor não porque já sei a resposta e não é coisa que eu queira ouvir de maneiras que ouvidos que não ouvem coração que não sente pelo que o melhor mesmo é ficar caladinha e continuar a transcrever apesar de estar farta de ouvir se o caralho do caminho é público ou privado ou municipal e tanta merda por causa de 2 metros de terreno não valia mais enfiarem a merda da caixa da electricidade pelo cu acima e voltarem para a vossa terra porque isto com gente de fora é sempre a mesma coisa sobretudo com gente sofisticada e evoluída do primeiro mundo porque não percebem o valor da terra e a importância que 2 cm de terreno têm para este pessoal do terceiro mundo.
Enfim, se calhar ia trabalhar mais um bocadinho.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Se calhar devia ter atirado aquele preservativo que me deram no Rossio...
Odeio o Natal, a Passagem de Ano é uma noite igual às outras todas, não gosto do Carnaval, detesto fazer anos, os feriados aborrecem-me e ainda não percebi o que é o 15 de Agosto. Assim, as épocas do ano dividem-se, para mim, em: Paris-Dakar (suspiro), Páscoa (adoro), equinócio de Primavera, Santos Populares, mês de Junho (todo), solstício de Verão, Feira do Livro, férias em Setembro. Preferia quando a Feira era em Junho, mas pronto, é o que há.
Dito isto, eu só quero ler livros. Mas não. É embaraçoso, não me orgulho nada disto, chega a ser aviltante. Não vale a pena negar. Foi o que aconteceu. Vi o Papa. Espero que ele não me tenha visto a mim. Não consegui descortinar se levava os seus magníficos sapatos Prada. Ooooooooooooh...

sábado, 8 de maio de 2010

Acontecem-me coisas #4

Na loja:
Entra uma avozinha, sessenta e muitos, casaco de fazenda até aos pés (?!), barriga que parece um barril, mas impecavelmente maquilhada e penteada. Pergunta-me o preço de um artigo. "Ai, menina, isto ficava giríssimo para levar a uma festa. Só precisava de pôr um casaquinho preto por cima, mais nada!". "Isto" é um conjunto de cinto e soutien de lantejoulas douradas.

Na rua:
Do outro lado da rua, um empregado de mesa de serviço à esplanada (com a dita cheia) tira a placa da boca, limpa qualquer coisa, sacode alguma saliva e torna a enfiar. Por duas vezes. Passou-se isto em Marraquexe? Kinshasa? Cabinda? Não. Passou-se nos Restauradores.

No bar:
Entro na cozinha para fazer um pedido. Está uma barata com uns 15 cms exactamente no meu caminho. "Paaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaulo!!!!". O Paulo esborracha-a com o téne e dá-lhe um pontapé para debaixo do frigorífico. Obrigada, Paulo.
O patrão apanha as gorjetas que são para mim e a enfia-as na caixinha do pessoal. Eu sei que é assim que é justo, mas a caixinha estava vazia quando eu comecei. E as gorjetas são claramente para mim. Ainda não vi darem nenhuma gorjeta ao preto nem ao zuca!
O barril está a acabar, as imperiais estão a sair uma merda, mas continuam a dar-me 1 euro de gorjeta por cada 4 imperiais que tiro. O patrão continua a roubar-me as gorjetas, com um sorriso nos lábios. Marroquino de um cabrão!
Um maluquinho do Miguel Bombarda passa 40 minutos a explicar-me como e porque é que o querem tramar e que escreveu uma dúzia de cartas para o Vaticano, e que tem um plano em conjunto com o António Costa para controlarem o Bairro Alto e serem os reis da máfia e que ligou à Judite de Sousa a fazer queixa dos drogados que lhe estragaram o negócio (do Bairro Alto) e que a princesa da Espanha é pedófila, porque tem um filho que zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz....
Um gajo da Administração Interna quer escoltar-me até casa.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Pois. Diz que já fiz de tudo. Incluindo distribuir panfletos de um restaurante egípcio, no meio da rua, semi-nua. Pronto. Extraordinariamente bem despida. Nas Portas de Santo Antão. Weeeeeeeeeeeeeeeeeeee...

terça-feira, 4 de maio de 2010

Segunda parte

Desolação misógina. Copos, copos, mais copos. Copos antes do pequeno almoço. Gatos. Putas, putanheiros e putaria. Tragédia. Renúncia. Pior.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Pára de te armar em criança, Nina! Tempo de tomar decisões. E mudar tudo outra vez....

domingo, 2 de maio de 2010

O afecto é o amor dos mornos.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Primeira parte

Felicidade misógina. Copos, copos, mais copos. Copos antes do pequeno-almoço. Disciplina de trabalho. Mar, areia, sol, peixe. Tragédia.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Meses e meses disto...

Então o que é que tu fazes? O que me mandam. E o que é que te mandam? Então, telefonar. E quando telefonas o que é que tu dizes? É pa fazer pagamentos e cenas. Estás sempre a falar com advogados para quê? Para tratar de coisas das rendas e cenas. E o que é que vais fazer hoje? Vou tirar fotografias. A quê? A modelos. Para quê? Para marketing e sites e cenas. Mas de quem? Das empresas. Que empresas? Para quem nós fazemos trabalhos. E donde é que vem o dinheiro? Dos clientes. Então e o que é que tu fazes? O que me mandam. E o que é que te mandam? Então, telefonar. E quando telefonas o que é que tu dizes? É pa fazer pagamentos e cenas. Aaaaaaaaaaaaaaaaah!

Sei...

Bros before hoes.

terça-feira, 27 de abril de 2010

A natureza humana é previsível e repugnante. A uma discussão totalmente despropositada e fútil (nada me tira da minha calma olímpica, ou devia dizer apatia congénita?) e a um "ESQUECE QUE EU EXISTO!!!", segue-se um "Aaaa, greve dos transportes e coise... Posso dormir no teu sofá?". Andamos todos, putas vendidas, taaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao enganados acerca uns dos outros.
Gosto muito de ir visitar a minha avó quando faz sol. Posso fazer o caminho todo a pé e atravesso a parte da cidade de que mais gosto. Quando chego ao bairro dela meto-me pelos becos onde os de fora não entram. As ruas são tão pequeninas que se abrir os braços toco nas paredes dos dois lados. Cheira sempre a roupa lavada. Em dias de calor como hoje, as mulheres trazem cadeiras e fogareiros para a rua e por ali ficam a cozinhar e a descansar, de batas às florzinhas e chinelos de quarto. Os donos da rua escondem maços de notas nos buracos das fachadas, ou debaixo das pedras da calçada, à vista de toda a gente. As tascas são buracos escuros com letreiros escritos à mão, cheios de erros de ortografia, e cheiram a vinho mau. Chungas, malandros, bandidos, putas, taberneiros, velhos, crianças. E imagino que é hoje exactamente como o era há quinhentos anos atrás.

domingo, 25 de abril de 2010

Será do sono? Ou será da cerveja+grogue+uísque? Em todo o caso, depois de errar a porta de casa três vezes já não é boémia, é decadência.

sábado, 24 de abril de 2010

Eu, que nasci e hei-de morrer anarquista, estou definitivamente condenada ao Partido...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

De onde estou sentada vejo a cidade toda, mas do lado exactamente oposto de onde a costumava contemplar quando era criança. Consigo até descortinar o sítio onde me costumava debruçar na muralha para observar e sonhar. Engraçado pensar como entre uma cena e outra existem uma cidade e vinte e tal anos. E muitas desilusões.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Passear Avenida abaixo, às seis da tarde, com um decote até ao umbigo não terá sido certamente uma das melhores ideias que tive até hoje...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Só o facto de pensar que mamãe me pediu para tomar conta do bebé, coisa tão simples, e que eu criei um monstro, dá-me vontade de arrancar os olhos com um garfo.

sábado, 17 de abril de 2010

Certa vez disseram-me que eu era uma mulher fatal. E eu, logo, na coquetterie dos meus 19 anos "OOOOOh querido, é porque uso baton vermelho?". Resposta: "Não. É porque inspiras instintos suicidas nos homens....".

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Capítulo encerrado














A "miss" vai-se embora. Até sempre T.P..
Quando era criança adoeci. Tinha febres muito altas e delirava muito. Os médicos disseram que era uma virose, que é o que os médicos dizem sempre quando não têm mais nada para dizer. Mas o pior de tudo eram os pesadelos. A minha mãe deitava-me e, pontualmente, passada uma hora, eu começava a gritar, a chorar, a debater-me. A minha mãe corria para junto da cama e tentava acordar-me. Sem sucesso. Confirmava que eu não tinha febre. Falava comigo suavemente, tentando acalmar-me, mas eu só lhe respondia numa língua desconhecida. Passado um bocado eu acalmava e continuava a dormir tranquilamente. Por fim a febre passou, mas durante os seis meses seguintes, todos os meses, certa como um relógio suíço, voltou. A minha mãe, a mulher mais céptica do mundo, começou a pensar em maldições, ou que eu era vítima de voodoo, ou, pior, que o vírus se tinha alojado no cérebro. Ainda hoje fala desses episódios com angústia, porque recorda o meu esgar de terror, e o seu desespero por não me conseguir acordar. Por fim a febre desapareceu, da mesma maneira como tinha aparecido. Não guardo grandes recordações desse tempo, mas sei perfeitamente o que me aterrorizava tanto. Porque a febre foi embora, mas os pesadelos acompanham-me sempre. Não são pesadelos povoados por lobisomens, nem vampiros, nem mortos-vivos, nem qualquer outro monstro de opereta. Nem sequer são pesadelos com acidentes de comboio, a minha maior fobia. Não. Nem sequer posso dizer que sejam imagens, nem posso explicar o que são, porque não há palavras nem conceitos para explicá-los. Posso evocar a sensação, mas não por mais de cinco segundos sem entrar em pânico. É a sensação mais pura de desolação e desamparo e desespero. Só comparável ao que senti no dia em que julguei que tinha enlouquecido, e que também não consigo explicar. É uma sensação de adimensionalidade e de atemporalidade absoluta. É como ser um grão de areia num estádio de futebol. Não. É ser um grão de poeira na imensidão do universo, ao mesmo tempo que se é gigante quando tudo o mais que existe é minúsculo. E não se consegue alcançar nada. E o tempo não existe, é sempre o mesmo momento, mas prolongado até à eternidade. E está escuro. E as vozes. É como se me gritassem aos ouvidos, mas não gritam, falam num tom normal, mas num volume absurdamente alto, e fazem eco, e são arrastadas, como em slow motion, mas ao mesmo tempo não consigo perceber o que dizem porque falam tão rápido que já se calaram. E não vale de nada acender a luz.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Um dia a mais é um dia a menos.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O mundo está roto, chove como na rua....

Porque raio é que o habibi deu agora em apreciar-me as mamas, bater-me, empurrar-me, e ainda dizer que tem de experimentar isso (o pirçu)...? Vou fazer queixa ao sindicato das dançarinas exóticas.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"Hoje estás; de alargar caralhos!" AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH

Vê que o sol ainda brilha; ainda tem por onde arder

Eu não amo, eu A D O R O este homem. E por duas horas inteiras fui feliz.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O blog é meu e eu escrevo o que me apetecer

Às vezes ardo em curiosidade e outras apago-me de tristeza. Quero saber o que estás a fazer, se estás a conversar com alguém, se lhes contas as mesmas estórias que me contavas a mim. Se estás a comer um pudim ou se estás a fumar um cigarro, se dormes bem, se ainda tens ursinhos, se tens novas doenças imaginárias (Dengue? Escorbuto? Malária? Beribéri? Ébola? Sífilis?), se tens escrito e em que capítulo é que vais, se jogas algum jogo novo, se vens aqui e me lês. Se sentes a minha falta ou se te é indiferente. Se já me esqueceste. E choro de saudade.
Acabei de entregar o meu último relatório, tenho a secretária pejada de trabalho pendente, estou a despejar armários, a restaurar documentos e a encaixotar coisas. Vou ter saudades disto, mas do que vou sentir mais falta mesmo é daquele cantinho no terraço que mais ninguém conhece e para onde fujo ocasionalmente.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Vale mais um cobarde vivo ou um herói morto?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Na, parece que o arúspice é o das entranhas. Portanto, áugure it is. Algum por aí?
Estou no meu sítio. O sol já se pôs, atrás da serra, e é aquela hora do dia em que tudo está calmo. O vento parou de soprar. O único sinal de vida é o fumo que sai de algumas chaminés lá ao longe e ascende tranquilo. Apetecia-me subir um pouco mais; lá em cima a sensação de liberdade é mais perfeita, mas alguém me pode ver e não quero ver ninguém, nem quero que ninguém me veja. Deixo-me ficar sentada, abraçada a mim mesma, no silêncio, de olhos fechados. Não sei porquê abro os olhos e vejo o gaio. Pousa na árvore, a mais alta do bosque, a sua árvore, sempre a mesma. Sinto uma alegria pateta, mais que pateta, uma alegria louca. O meu gaio. Não pensei que viesse tão cedo. O avô passava horas a falar do gaio e até me ensinou a piar como ele, mas já me esqueci. E logo a seguir passa outro, segue o primeiro, pousa na mesma árvore. Um casal! Brincam um pouco e voam juntos, em direcção à serra.
E agora estou baralhada, não sei se devo consultar um áugure ou um arúspice.

domingo, 4 de abril de 2010

No próximo ano, em Jerusalém

Ou então no mesmo sítio, daqui a 4 ou 5 meses. E iremos de braço dado, como sempre, apanhar amoras e roubar figos e maçãs e ser picadas pelas vespas e fazer figuras tristes no meio da estrada em cuecas. Amo-te muito, mamã.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

É incrível o quão pouco é necessário para sobreviver.
E agora está fascinada com os cortinados e com os bibelots. OMFG
A bola de pêlo transformou-se numa bola de cotão e teias de aranha. E está fascinada com a lareira. Portanto, com frouxel ou sem frouxel dorme fechadinha no meu quarto, que eu não sou apreciadora de churrasquinho de gata.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Estou sentada no meu sítio preferido do mundo, à minha hora favorita de sempre, a postar. Ain't life amazing?
Depois de fazer e desfazer a mochila mais 87 vezes, e me ter deitado às 5 da manhã (factos não directamente relacionados), o meu kit de sobrevevivência estabilizou, finalmente, e é composto por: roupa interior, pijama, livro, bolsa de maquilhagem, artigos de higiene, vestidinho, leggings, chapéu, telemóveis e respectivos carregadores, mp3, atuuuuuuuum, noodles, iogurtes, bolachas e canivete. E a bola de pêlos.

terça-feira, 30 de março de 2010

Cortei o cabelo (obrigada, Fernando, amo-te de paixão), fui às tatuagens, fiz compras, já fiz e desfiz a mala 8 vezes e agora estou a anhar. Só devia chegar a casa daqui a meia hora, mas férias das actividades extra-laborais é isto. Tanto tempo livre e nada para fazer com ele.....................................................

segunda-feira, 29 de março de 2010

É de mim, ou hoje está tudo com um ligeiro jet lag?

E agora a quem é que eu conto estas ninharias?

Se houvesse uma fotografia no dicionário ao lado de "distraída" seria a minha. Ou isso ou "destrambelhada", "idiota", "imprevidente" ou mesmo "completamente estúpida". Eu sei que uma da tarde a um domingo é um pouco cedo para mim, mas em Roma sê romana, e lá estou eu, em casa de mamãe e papai, passo pela cozinha e arranco para a sala, achando que não está lá ninguém, copo de sumo de laranja numa mão e jornal de ontem na outra. Só oiço uma voz que me faz gelar "O que é que é isso?". Ainda nem levantei os olhos do jornal e já sei para onde é que papai está a olhar. Os dois, sentadinhos no sofá, um a ler o jornal e outro a ler um livro. O meu pai nunca, mas nunca, levanta os olhos do que está a ler e teve de ser logo hoje. Sigo o olhar dele até ao meu punho erguido, impante de triunfo. O meu cérebro já está a mil, estou a balbuciar desculpas mentais, e ainda nem passou um milésimo de segundo. Não, não, NÃO! Isto não é o que parece, isto é apenas uma mão que segura um copo, e a manga está arregaçada até ao cotovelo porque faz calor, não é uma provocação, não foi só para tu olhares, nem sabia que estavas aí, nem imaginava que ias olhar para mim, estás sempre tão distraído, eu não...... STOP. Já passaram duas milésimas de segundo e eu tenho de dizer qualquer coisa. E rápido. Não tenho escolha, não dá para manipular, é demasiado óbvio o que é. "É uma tatuagem". "Tens isso desde quando?". "Aaaaaaaaaa... Fiz há pouco tempo". "Mostra lá. Diz o quê?". Mostro, digo. Pronto. Só isso. Ufffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff......... Estás a ficar mole, paizinho! :D

domingo, 28 de março de 2010

Mas não é óbvio???

Estou eu muito descansada na minha vidinha e alguém me adiciona no msn. Como conheço milhões de pessoas e nunca tenho bem a certeza de me lembrar dos nomes de todas aceito a criatura. É uma gaja. Mete logo conversa. "Oi". "Oi. Eu conheço-te?". "Tudo bem? Penso que não". "Ah. E adicionaste-me porque...?". "Sou personal trainer. Para saber se precisas de acompanhamento". "Ahahahahahahah! Claro, Cátia. Adeus, Cátia!!".

quinta-feira, 25 de março de 2010

MAS PORQUE É QUE TODA A GENTE ME QUER DISSUADIR DA IDEIA?????

Eu não vou emigrar, não vou para a Sibéria, nem para o Deserto do Atacama. Quatro dias, três noites, e estarei de volta sã e salva, fresca e fofa. O único perigo real, destrambelhada como sou, é fechar a porta deixando a chave por dentro, só com a roupa do corpo, e ter de caminhar 135 Km até casa. Mas hei-de sobreviver (espero), a não ser que morra de tédio, durante o dia, ou de medo, durante a noite.
Não é nada disto que eu quero, mas isto é tudo o que eu preciso.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Black

Eu sei que me lês e tu sabes que te leio. E isso basta. Dizes que gostas de mim, muito, mas não consegues atender ao único pedido que alguma vez te fiz. Esquece. Esquece que eu existo. Esquece que a minha vida continua. Esquece que alguma vez aconteceu. Esquece. Esquece. Esquece. Nunca mais. Nunca mais tentares convencer-me que o ursinho azul é verde. Nunca mais acordares com a minha voz mais suave. Nunca mais fazer-te festas até adormeceres. Nunca mais sentir aquele teu abraço apertado. Nunca mais ficar aflita porque estás completamente bezano e queres conduzir para casa. Nunca mais contares estórias para me entreteres e me fazeres sentir melhor quando estou triste. Nunca mais passeios de moto pela marginal. Nunca mais noites de copos três estarolas' style. Nunca mais agarrares-me à frente dos teus amigos porque quando estás bêbado não te consegues controlar. Nunca mais conversa mole e companhia noite dentro enquanto matas zombies. Nunca mais mostrares-me contos e poemas em primeira mão. Nunca mais a minha opinião sincera. Nunca mais pataniscas de bacalhau como remédio para a bebedeira. Nunca mais abrires os frascos que eu não consigo abrir. Nunca mais passares a noite no msn no pda e não lhe tocares mais assim que chego ao pé de ti. Nunca mais sentir-me feliz só por te ver descontraído. Nunca mais deitares-te ao meu lado e dizeres que ainda posso dormir mais uma hora. Nunca mais dormir abraçada a ti. Nunca mais encostar-te à parede e suspender-te a respiração. Nunca mais concertos. Nunca mais vídeos partilhados de metal. Nunca mais música clássica. Nunca mais confidências. Nunca mais teclar contigo enquanto conduzes. Nunca mais ires ter comigo ao trabalho para me mostrares a última moto. Nunca mais sugestões de livros e de filmes. Nunca mais nos chamares pérolas. Nunca mais contar-te trivialidades. Nunca mais fotografias minhas. Nunca mais webcams. Nunca mais a Poppy enfiada dentro dos teus ténis. Nunca mais dormires no chão da minha sala com a cabeça na varanda. Nunca mais escolher telemóveis. Nunca mais confiar em ti. Nunca mais dizeres que eu te apeteço como poucas vezes te apeteceu alguém. Nunca mais pedir-te conselhos. Nunca mais cigarros partilhados. Nunca mais dizer como te adoro e que fazes diferença na minha vida. Nunca mais fazeres promessas que não tencionas cumprir. Nunca mais mimos. Nunca mais dizer-te pela enésima vez onde fica o clandestino. Nunca mais chegares a minha casa às seis da manhã com os teus amigos. Nunca mais dizer-te como o trabalho me aborrece a meio da tarde. Nunca mais seres egoísta e eu aturar-te. Nunca mais. Nunca mais nada. Porque tu para mim morreste e eu para ti morri.

terça-feira, 23 de março de 2010

É tentar esquecer e não conseguir fugir.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Into the wild

E subitamente estou entusiasmada pelo plano de me ir enfiar numa casa velha, escura e suja, no meio de nada, completamente sozinha, durante quatro dias. O paraíso na Terra. Home. E já só faltam 10 dias!

domingo, 21 de março de 2010

O inconveniente de viver na cidade é não ter para onde fugir quando só nos apetece gritar.

sábado, 20 de março de 2010

A minha avó achava que esta sexta (dia 19) era feriado, porque é dia de S. José. Tive de lhe explicar que, para a legislação portuguesa, e contra o eventual superior interesse da criança, o pai afectivo é muito menos importante que o pai biológico.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Sei lá eu o que me apetece escrever. Sinto o peso do silêncio. E do vazio. Enorme. Mais do que tudo o resto, habituei-me a uma rotina que preenchia as minhas horas. A pessoa a quem eu dizia coisas que não digo a mais ninguém. A quem disse coisas que nunca mais direi. Porque não posso. Porque não quero. As minhas pequenas conquistas, as minhas pequenas tragédias. Tinha nela uma confiança absurda, porque inexplicável. E foi essa confiança que me distraiu.
Na vida perdem-se coisas e perdem-se pessoas. Já perdi pessoas pelas razões mais, ou menos, estúpidas, e das maneiras mais, ou menos, definitivas. A diferença é que é a primeira vez que perco uma pessoa por uma escolha minha. Saber isto não me faz mais feliz, mas dá-me a segurança da responsabilidade. É-me mais fácil apagar da minha vida a pessoa que quero do que apagar um número de telefone de alguém que está morto há 8 anos.
Numa coisa talvez tenhas razão e tenho de te dar esse crédito. Eu não te perdi. Foste tu que me perdeste a mim.

segunda-feira, 15 de março de 2010

O Tédio

Certo dia, no primeiro ano do curso, tive um pequeno momento de glória. Quando a professora chamou o meu nome e me levantei alguém me soprou ao ouvido "Lembra-te, és mortal". Uma piadinha para amantes de cultura clássica. Mas é aí que tenho vivido ever since. Sou divina, sou inalcançável, saltito pelos prados do Olimpo. Tão alto, tão alto, tão alto, que os outros me parecem pontinhos minúsculos lá em baixo. Não fui eu que escolhi. Não fui eu que escolhi. Não fui eu que escolhi. Puseram-me aí e acabei por acreditar. Sim, sou uma deusa, mas sinto-me enfadada. Os mortais conseguem ser tão boçais...
E porque é que ninguém acredita que, afinal, sou a mais humana das mulheres?

domingo, 14 de março de 2010

Poeira cósmica

A ciência está para a vida como a polícia está para as putas. Bravo.

sábado, 13 de março de 2010

Finalmente

Parecia um episódio do Miami Ink. Mas em bom.

terça-feira, 2 de março de 2010

E de repente estou outra vez a pensar em números. O maior número primo conhecido tem 12 978 189 dígitos. Alguém faz ideia do tempo, energia e paciência necessários para descobrir tal coisa? Pois, foi exactamente o que eu pensei.
O único número primo par é o 2. É fascinante saber que há um número primo par, mas infelizmente está sozinho no mundo. Parece que o 2 é um número perfeito, mas não faço ideia porquê. Em todo o caso parece-me bem, o 2 é um número especial, dizem-me. E eu que estava convencida que era o 3...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ignorância é felicidade

Há exactamente 2922 noites eu era feliz.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Noite profícua

Somos amados porque somos bons ou somos bons porque somos amados? Eu, pessoalmente, acho que somos maus porque amamos, mas pode ser só da bubadeira.........

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A ciência exacta dos números

Um oito aborrece um nove. Um nove fode o juízo a um oito. Um nove está bem com um nove. A ambição leva um nove a querer um dez. Para quê arranjar chatices se um nove pode ser aborrecidamente feliz (ou felizmente aborrecido) com um sete?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Eu costumava fazer previsões. Para mim foi, é e será um truque de feira para animar os amigos num serão caseiro. Da mesma maneira que se fazem truques com cartas, ou habilidades com partes do corpo insuspeitas. Mas de repente fazer previsões tornou-se-me repugnante.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Mamãe avisa-me que fez ontem um ano que entrei nesta casa pela primeira vez. Seis dias antes vira as minhas últimas três ou quatro casas e atingi, claramente, o meu ponto de saturação. Vi umas 8347 casas, basicamente tudo o que havia para ver nesta cidade. Gostei de algumas, detestei quase todas. Não procurávamos uma casa, mas sim A casa. Lembro-me exactamente da roupa que usava nesse dia, camisola e cachecol verdes, casaco preto com capuz de pêlo, calças de ganga justas e as minhas texanas de salto alto. Quando cheguei a casa descalcei as botas e com elas todo o meu entusiasmo.
Passados dois dias a minha irmã veio visitar esta casa. Eu tinha-me descartado dessa função, estava farta de casas, trabalhava longe, começava de noite, acabava e já era noite outra vez e o único tecto que tinha sobre a cabeça era o do carro, durante os dez minutos que levava a comer o almoço que levava de casa. Desisti completamente da cena das casas. Por esses dias vi uma garça, lá em cima, no cimo da serra. Um animal maravilhoso, deu umas voltas por ali, pousou perto das máquinas, tirei-lhe umas fotos. E comecei a sonhar com uma casa branca.
A minha irmã chegou a casa excitadíssima, fez uma planta, explicou-me qual era o quarto dela, qual era o meu, e consigo imaginar a minha cara, como num espelho, a imagem do enfado, sim, sim, pois claro... Mas ela deve ter insistido o suficiente para me arrancar do meu desânimo e lá vim espreitar a barraca. E pronto. Até hoje. É muito estranho imaginar esta casa como a vi pela primeira vez, toda branquinha e a cheirar a novo. Vejo-me como num videoclipe, a tirar medidas, a fazer limpezas, as primeiras cervejas que comprei, montada em cima dum balde virado ao contrário a lavar armários.... A minha casa. Linda. Valeu a pena.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Mudo todos os dias de estado de espírito, opiniões, opções, caminho, direcção. Mas. Felizmente. Ainda e sempre. Sei o que quero.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

E hoje cheguei ao meu 1000º dossier. E o que senti foi... tipo... aaaaa... como dizer?... hummm.... mais ou menos... foi como... er... ALGUÉM ME PODE DEVOLVER ESTES 9 MESES DA MINHA VIDA, PLEEEEEEEEEEEEEEEEEEASE????

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Aquele tony ramos é mesmo um queimadinho dos cornos....

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Brincar com o poder é engraçado, mas não mais do que isso. Neste momento eu podia pedir o universo, e alguém sairia da multidão para mo entregar numa bandeja de prata. Mas porquê pedir o universo se posso ser muito mais ambiciosa? Podia dizer "larga tudo e fica comigo". Mas não o farei. Não te amo. Só te quero.

10 anos são uma eternidade (para quem espera)

Para mim pareceram 5 minutos. A minha vida está a desfazer-se em merda, mas eu sigo com um sorriso nos lábios. Como alguém faz questão de me estar constantemente a recordar, como em tudo na vida, é uma questão de opções. Estar a morrer de cansaço, mas optar por passar uma noite diferente em casa do coisinho. Música, amigos, álcool, cigarros, conversa, livros, jornais. Optar por me vir embora. Optar por vir para casa por um caminho que não faço nunca. Encontrar uma personagem saída de outra história. Optar por aceitar ir beber uma cerveja. Chegar ao bairro e já estar tudo fechado. Optar por vir beber cerveja para minha casa. Optar por me deixar ir pela primeira vez na vida. Consequência. Ser amada como nunca fui e provavelmente não voltarei a ser. Ouvir coisas que me magoam ao mesmo tempo que me fazem muito e muito feliz. Saber que alguém esperou tanto tempo por mim. Como é que pode existir um amor assim?