terça-feira, 27 de outubro de 2009

Cresci numa casa em que a beleza física era francamente desencorajada. Nas crianças era, quanto muito, tolerada. Mais importante era ler livros, ler jornais, informar-se, cultivar-se, viajar, conhecer pessoas novas, situações novas, discutir política e o mundo. Por isso, e pela última vez, não é falsa modéstia, and i'm not fishing for compliments, pura e simplesmente não está na minha estrutura mental, e não consigo ter de mim a imagem que pelos vistos os outros têm. Não é que seja pouco importante, simplesmente não existe. E é por isso que ouvir a gaja mais desejada e desejável da faculdade dizer such a thing é o equivalente a levar um murro nos queixos.

domingo, 25 de outubro de 2009

O Trolha

O trolha é um gajo sensível. O trolha é um poeta. O trolha cheira bem. O trolha abre frascos e percebe de canalizações. O trolha é um duro. O trolha gosta de ursinhos de goma do minipreço. O trolha não distingue azul de verde. O trolha é teimoso. O trolha tem a mania que sabe, mas só ouve a voz da razão se lhe for sussurrada ao ouvido com voz suave. O trolha responde estranhamente bem a ordens. O trolha é meiguinho. O trolha tem amigos porreiros. O trolha não gosta muito da Poppy, mas a Poppy adora os ténis do trolha. O trolha é um tesudo. O trolha é inseguro. O trolha é o que existe de mais parecido com a versão masculina da minha pessoa (apesar de a minha esposa estar sempre a dizer que eu sou a versão masculina de mim própria).

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Nina é uma personagem e este blog é sobre a vida dela. A minha vida é muito mais irreal.

O príncipe que afinal era um sapo...

500 chamadas não atendidas e 800 mensagens não respondidas depois, o tipo vai-me buscar à aula de dança, leva-me a jantar e embebeda-me. Dizer que estava quase em coma serve como atenuante?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Hoje, na carruagem do metro onde eu ia, entrou o cego maluquinho, um clássico da linha azul. Um clássico, também, da porcaria entranhada. Dentro da carruagem, todas as pessoas menos uma, se desviaram ou sustiveram a respiração. Eu nem me mexi. É oficial, estou livre do meu distúrbio obsessivo-compulsivo.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Não é racional. Não é emocional. Não é desejo. É visceral. É não querer ver um acidente na estrada, e não conseguir evitar olhar. É sentir o gosto do sangue na boca quando se morde a língua. São dois comboios de alta velocidade em rota de colisão. É o que sente a leoa quando vê a presa. É morder os dedos com força até doer. É o apelo hipnótico do fogo. É avassalador. É uma vertigem. É a luxúria, em estado puro.

sábado, 17 de outubro de 2009

Ao contrário do que se possa pensar, a coisa mais gira dum casamento não é aquela amiga de infância cínica que nos pergunta com um sorriso condescendente "Então, continuas solteira?" e nós respondemos "É.", depois do namorado dela ter passado as últimas duas horas a babar para dentro do nosso decote. Não. É alguém pedir o nosso telefone à noiva, a noiva dar sem nos pedir autorização, e agora termos um stalker atrás de nós. Isso sim. Pronto, e a comida à borla.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Os meus amigos são uns porreiros, uns fixes, uns queridos.
- Porque é que hoje estás tão cansada, Nina?
- Porq....
- PÁRA! Se calhar não queremos saber a resposta.

Também gosto muito de vocês.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Qual é a necessidade de ter um homem em casa se o nosso franguinho nos convida para um programa qualquer no final de um dia de trabalho? E se, como é dia de dança, e acabamos realmente extenuadas, nos faz jantar, tem vinho e põe música só para nós? Realmente não é nenhuma, não tivesse eu um lavatório entupido e um frasco que não consigo abrir (outra vez).

domingo, 11 de outubro de 2009

As Coisas Que Eu Tenho Que Ouvir ou Mitos Acerca Da Minha Pessoa

A minha vida é uma sucessão infindável de borgas e bubadeiras.
Ando sempre rodeada de homens e as mulheres detestam-me.
Não faço nenhum.
Sou uma borboleta social.
Tenho mais quilómetros de pila que Portugal de auto-estradas.
Sou uma pessoa inteligente e interessante.
Sou ruiva natural.
Tenho demasiado tempo livre porque li muitos livros.
Tenho uma vida fácilfácilfácil porque tenho mamas grandes.
Sou uma junkie porque uma vez tomei dois xanaxs com um copo de vinho.
Não sou normal.
O que eu quero é aparecer.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Poucas coisas me fazem sentir tão bem como um dia de chuva.
Tenho sono...
Não tenho sono...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Os seres humanos fazem as coisas que fazem por duas únicas razões. Porque tem de ser ou porque podem.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Números são coisas estranhas. Teoricamente, deveriam distribuir-se aleatoriamente de forma constante, ou seja, terem uma frequência relativa idêntica. Por exemplo. Datas de entrada de documentos. À partida, todas as datas possíveis ao longo de um ano deveriam aparecer com a mesma frequência. No entanto, o que se verifica é que há datas que se repetem constantemente e outras nunca ou muito raramente aparecem. Isto prova uma tendência qualquer do universo? Qual a possibilidade disto ser real? E qual a probabilidade de eu estar a ficar completamente xexé?