sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Uma das razões por que eu gosto tanto do meu 2º emprego é que, lá, somos todos como uma família. E é assim que tem de ser, se não for não funciona. Faço o meu trabalho, tenho as minhas responsabilidades, mas há sempre alguém que toma conta de mim.
Uma das pessoas mais fantásticas é o Orlando, o nosso músico cego (such a cliché...). Quando chega vai beijar as meninas todas. Reconheceu-me depois de uns 6 meses de ausência/desencontros de turnos. E é o perfeito cavalheiro.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Hoje sinto-me a flutuar num pote de mel. É tudo lento e doce. Porquê? Não sei. But it feels nice.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Duas ou três notazinhas acerca de

1. Desde quando é que freaks (em estado terminal) distribuem propaganda do PS? Pois. Também foi o que eu pensei.
2. Quando durmo pouco, ando o dia inteiro com frio. A minha colega aproveitou a oportunidade para me perguntar se tomo drogas duras.
3. Se calhar ia tentar dormir.
Acho que estou a tentar morrer por privação de sono. Será que custa muito?

Viver depressa, morrer jovem, fazer um cadáver bonito

Estou anestesiada de cansaço. Tenho demasiado sono até para dormir. Neste estado ou me dá para rir histericamente sem razão, ou me dá para ter ideias parvas. A saber. Será que uma pessoa tem o direito de morrer? De se matar, I mean. Mesmo que seja a 200 contra uma árvore. Mesmo que não seja propriamente de propósito.
Lembras-te daquele Verão em que tiveste o primeiro acidente? Alguém me telefonou e disse "Tem calma. Ainda não foi desta". Ainda? Ok, pensamentos mais felizes. Passaste esse Verão deitado na cama, perna estendida, parafusos do lado de fora da carne. Passei horas contigo, os dois estendidos na cama, a tocar viola, a escolher o teu novo carro, etc., etc., etc. Quando não estava contigo passava o tempo a ler as tuas cartas e a escrever para ti. Perdi essas cartas, tenho de tentar resgatá-las. Que escrevíamos nós um ao outro? Parvoíces de adolescentes. Onde estarão as cartas? Lembro-me também o que me disseste numa dessas tardes. "Não tenho medo de morrer". Que bom para ti!
Estragaste tudo. Bastava teres insistido um bocadinho mais. E se agora me custa, nem podes imaginar como foi aos 20 anos.
Se estivesses aqui agora, se te pudesse contar como sou eu hoje, se te pudesse dizer que acertaste, como sempre, em todas as coisas que disseste que eu ia ser. Mas como seria eu hoje se não tivesse acontecido? Quero muito acreditar que estaríamos em Nova Iorque, ou quem sabe Las Vegas, a curtir milhões e a viver aquilo para que nascemos. Assim, sou só mais uma no meio da multidão, e tu és só uma lembrança triste. O mundo mudou, o meu mundo mudou. Continuo a ser a pessoa mais incoerente do universo, continuo a confundir as palavras egoísta com invejoso, continuo a olhar para as pessoas quando falam comigo daquela maneira que só tu reparavas, continuo a gostar de andar depressa, continuo a cometer os mesmos erros vezes sem conta. Mas alguma coisa se perdeu algures, e tenho muito medo de nunca a vir a recuperar. Saber que eras a minha rede e que estavas lá de cada vez que eu caísse ajudava. Contigo dava sempre certo, tinhas a solução para tudo.
E sim, finalmente acredito que era a sério.
Amaste intensamente, viveste intensamente. Ninguém pode pedir mais nem melhor. Até prova em contrário, és o único de nós eternamente jovem.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Pensando melhor, eu sou instável e desestruturada....

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Depois de muitas semanas de silêncio, o príncipe lá voltou à carga. Estava disposta a apostar o dedo mindinho do meu pé direito (e deus sabe como me faz falta) como escreve e reescreve vezes sem conta as mensagens antes de mas enviar. Não percebe a fatuidade de tal gesto. Mas eu também não o terei esclarecido devidamente. Ignorar ou dar respostas chochas não resolve. Opto por lhe dizer a verdade ("tens uma pila demasiado aborrecida para o meu gosto"), minto descaradamente ("desculpa, não és tu, sou eu. Agora gosto é de gajas"), conto a mentirinha piedosa ("és demasiado bom para mim, a sério! Não sei se já percebeste, mas sou completamente instável e desestruturada"), ou conto-lhe uma meia-verdade ("estou envolvida com outra pessoa e ele não ia gostar muito desta cena. Nem vais acreditar nisto, mas por acaso até sabes quem é, é o...")?
Claro que vou fazer o que faço sempre (e que, aliás, faço tão bem); ignoro o problema até ele se resolver por si.
Estou habituada a que as pessoas olhem para mim. Estou habituada a que as pessoas olhem muito para mim. Estou muito habituada a que as pessoas olhem muito para mim. Ainda assim, preferia que o não fizessem.

sábado, 12 de setembro de 2009

Uma frase por dia e nada mais

Querido diário:
Hoje levantei-me cedo, fui trabalhar cedo e saí cedo. Tive tempo de passar pelo jardim, tirar algumas fotos, fazer compras, vir para casa e esticar-me no sofá a brincar com a bicha e a pôr a conversa em dia com as amigas, no telefone. Alguém me ligou a dizer que estava a subir a minha rua, e se havia jantar para mais duas. Fizemos jantar, comemos e saímos para a rua. Foram aparecendo mais pessoas. Estava cansada e precisava de dormir, mas quando deixei um grupo para vir para casa encontrei mais três pessoas conhecidas, a que mais tarde se juntaram outras, que eu desconhecia. E foi então que o Universo conspirou a meu favor. Praaaaaaise the loooooord!!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Este é o meu poema preferido de sempre

De Paul Éluard

Sur mes cahiers d'écolier
Sur mon pupitre et les arbres
Sur le sable sur la neige
J'écris ton nom

Sur toutes les pages lues
Sur toutes les pages blanches
Pierre sang papier ou cendre
J'écris ton nom

Sur les images dorées
Sur les armes des guerriers
Sur la couronne des rois
J'écris ton nom

Sur la jungle et le désert
Sur les nids sur les genêts
Sur l'écho de mon enfance
J'écris ton nom

Sur les merveilles des nuits
Sur le pain blanc des journées
Sur les saisons fiancées
J'écris ton nom

Sur tous mes chiffons d'azur
Sur l'étang soleil moisi
Sur le lac lune vivante
J'écris ton nom

Sur les champs sur l'horizon
Sur les ailes des oiseaux
Et sur le moulin des ombres
J'écris ton nom

Sur chaque bouffée d'aurore
Sur la mer sur les bateaux
Sur la montagne démente
J'écris ton nom

Sur la mousse des nuages
Sur les sueurs de l'orage
Sur la pluie épaisse et fade
J'écris ton nom

Sur les formes scintillantes
Sur les cloches des couleurs
Sur la vérité physique
J'écris ton nom

Sur les sentiers éveillés
Sur les routes déployées
Sur les places qui débordent
J'écris ton nom

Sur la lampe qui s'allume
Sur la lampe qui s'éteint
Sur mes maisons réunis
J'écris ton nom

Sur le fruit coupé en deux
Dur miroir et de ma chambre
Sur mon lit coquille vide
J'écris ton nom

Sur mon chien gourmand et tendre
Sur ses oreilles dressées
Sur sa patte maladroite
J'écris ton nom

Sur le tremplin de ma porte
Sur les objets familiers
Sur le flot du feu béni
J'écris ton nom

Sur toute chair accordée
Sur le front de mes amis
Sur chaque main qui se tend
J'écris ton nom

Sur la vitre des surprises
Sur les lèvres attentives
Bien au-dessus du silence
J'écris ton nom

Sur mes refuges détruits
Sur mes phares écroulés
Sur les murs de mon ennui
J'écris ton nom

Sur l'absence sans désir
Sur la solitude nue
Sur les marches de la mort
J'écris ton nom

Sur la santé revenue
Sur le risque disparu
Sur l'espoir sans souvenir
J'écris ton nom

Et par le pouvoir d'un mot
Je recommence ma vie
Je suis né pour te connaître
Pour te nommer

Liberté.


Foi isto que senti hoje. Obrigada, querido.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Porque é que esta puta tem tanta inveja de mim? Ah!, já sei, é porque.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Procuro marido rico multimilionário, que me possa proporcionar férias de 365 dias por ano. De preferência com interesses no hemisfério Sul, para aí passar os aborrecidos meses do Inverno europeu. Sou uma pessoa muito séria, sou carinhosa, e possuo a maior virtude da esposa dedicada: sei sempre quando devo ficar calada.
Voltei de férias para descobrir que moro no Bairro Alto. Como é que isto foi acontecer?!

...

E às vezes tenho tantas coisas para dizer, que a única coisa que me sai é isto.

domingo, 6 de setembro de 2009