quinta-feira, 29 de abril de 2010

Primeira parte

Felicidade misógina. Copos, copos, mais copos. Copos antes do pequeno-almoço. Disciplina de trabalho. Mar, areia, sol, peixe. Tragédia.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Meses e meses disto...

Então o que é que tu fazes? O que me mandam. E o que é que te mandam? Então, telefonar. E quando telefonas o que é que tu dizes? É pa fazer pagamentos e cenas. Estás sempre a falar com advogados para quê? Para tratar de coisas das rendas e cenas. E o que é que vais fazer hoje? Vou tirar fotografias. A quê? A modelos. Para quê? Para marketing e sites e cenas. Mas de quem? Das empresas. Que empresas? Para quem nós fazemos trabalhos. E donde é que vem o dinheiro? Dos clientes. Então e o que é que tu fazes? O que me mandam. E o que é que te mandam? Então, telefonar. E quando telefonas o que é que tu dizes? É pa fazer pagamentos e cenas. Aaaaaaaaaaaaaaaaah!

Sei...

Bros before hoes.

terça-feira, 27 de abril de 2010

A natureza humana é previsível e repugnante. A uma discussão totalmente despropositada e fútil (nada me tira da minha calma olímpica, ou devia dizer apatia congénita?) e a um "ESQUECE QUE EU EXISTO!!!", segue-se um "Aaaa, greve dos transportes e coise... Posso dormir no teu sofá?". Andamos todos, putas vendidas, taaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao enganados acerca uns dos outros.
Gosto muito de ir visitar a minha avó quando faz sol. Posso fazer o caminho todo a pé e atravesso a parte da cidade de que mais gosto. Quando chego ao bairro dela meto-me pelos becos onde os de fora não entram. As ruas são tão pequeninas que se abrir os braços toco nas paredes dos dois lados. Cheira sempre a roupa lavada. Em dias de calor como hoje, as mulheres trazem cadeiras e fogareiros para a rua e por ali ficam a cozinhar e a descansar, de batas às florzinhas e chinelos de quarto. Os donos da rua escondem maços de notas nos buracos das fachadas, ou debaixo das pedras da calçada, à vista de toda a gente. As tascas são buracos escuros com letreiros escritos à mão, cheios de erros de ortografia, e cheiram a vinho mau. Chungas, malandros, bandidos, putas, taberneiros, velhos, crianças. E imagino que é hoje exactamente como o era há quinhentos anos atrás.

domingo, 25 de abril de 2010

Será do sono? Ou será da cerveja+grogue+uísque? Em todo o caso, depois de errar a porta de casa três vezes já não é boémia, é decadência.

sábado, 24 de abril de 2010

Eu, que nasci e hei-de morrer anarquista, estou definitivamente condenada ao Partido...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

De onde estou sentada vejo a cidade toda, mas do lado exactamente oposto de onde a costumava contemplar quando era criança. Consigo até descortinar o sítio onde me costumava debruçar na muralha para observar e sonhar. Engraçado pensar como entre uma cena e outra existem uma cidade e vinte e tal anos. E muitas desilusões.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Passear Avenida abaixo, às seis da tarde, com um decote até ao umbigo não terá sido certamente uma das melhores ideias que tive até hoje...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Só o facto de pensar que mamãe me pediu para tomar conta do bebé, coisa tão simples, e que eu criei um monstro, dá-me vontade de arrancar os olhos com um garfo.

sábado, 17 de abril de 2010

Certa vez disseram-me que eu era uma mulher fatal. E eu, logo, na coquetterie dos meus 19 anos "OOOOOh querido, é porque uso baton vermelho?". Resposta: "Não. É porque inspiras instintos suicidas nos homens....".

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Capítulo encerrado














A "miss" vai-se embora. Até sempre T.P..
Quando era criança adoeci. Tinha febres muito altas e delirava muito. Os médicos disseram que era uma virose, que é o que os médicos dizem sempre quando não têm mais nada para dizer. Mas o pior de tudo eram os pesadelos. A minha mãe deitava-me e, pontualmente, passada uma hora, eu começava a gritar, a chorar, a debater-me. A minha mãe corria para junto da cama e tentava acordar-me. Sem sucesso. Confirmava que eu não tinha febre. Falava comigo suavemente, tentando acalmar-me, mas eu só lhe respondia numa língua desconhecida. Passado um bocado eu acalmava e continuava a dormir tranquilamente. Por fim a febre passou, mas durante os seis meses seguintes, todos os meses, certa como um relógio suíço, voltou. A minha mãe, a mulher mais céptica do mundo, começou a pensar em maldições, ou que eu era vítima de voodoo, ou, pior, que o vírus se tinha alojado no cérebro. Ainda hoje fala desses episódios com angústia, porque recorda o meu esgar de terror, e o seu desespero por não me conseguir acordar. Por fim a febre desapareceu, da mesma maneira como tinha aparecido. Não guardo grandes recordações desse tempo, mas sei perfeitamente o que me aterrorizava tanto. Porque a febre foi embora, mas os pesadelos acompanham-me sempre. Não são pesadelos povoados por lobisomens, nem vampiros, nem mortos-vivos, nem qualquer outro monstro de opereta. Nem sequer são pesadelos com acidentes de comboio, a minha maior fobia. Não. Nem sequer posso dizer que sejam imagens, nem posso explicar o que são, porque não há palavras nem conceitos para explicá-los. Posso evocar a sensação, mas não por mais de cinco segundos sem entrar em pânico. É a sensação mais pura de desolação e desamparo e desespero. Só comparável ao que senti no dia em que julguei que tinha enlouquecido, e que também não consigo explicar. É uma sensação de adimensionalidade e de atemporalidade absoluta. É como ser um grão de areia num estádio de futebol. Não. É ser um grão de poeira na imensidão do universo, ao mesmo tempo que se é gigante quando tudo o mais que existe é minúsculo. E não se consegue alcançar nada. E o tempo não existe, é sempre o mesmo momento, mas prolongado até à eternidade. E está escuro. E as vozes. É como se me gritassem aos ouvidos, mas não gritam, falam num tom normal, mas num volume absurdamente alto, e fazem eco, e são arrastadas, como em slow motion, mas ao mesmo tempo não consigo perceber o que dizem porque falam tão rápido que já se calaram. E não vale de nada acender a luz.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Um dia a mais é um dia a menos.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O mundo está roto, chove como na rua....

Porque raio é que o habibi deu agora em apreciar-me as mamas, bater-me, empurrar-me, e ainda dizer que tem de experimentar isso (o pirçu)...? Vou fazer queixa ao sindicato das dançarinas exóticas.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"Hoje estás; de alargar caralhos!" AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH

Vê que o sol ainda brilha; ainda tem por onde arder

Eu não amo, eu A D O R O este homem. E por duas horas inteiras fui feliz.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O blog é meu e eu escrevo o que me apetecer

Às vezes ardo em curiosidade e outras apago-me de tristeza. Quero saber o que estás a fazer, se estás a conversar com alguém, se lhes contas as mesmas estórias que me contavas a mim. Se estás a comer um pudim ou se estás a fumar um cigarro, se dormes bem, se ainda tens ursinhos, se tens novas doenças imaginárias (Dengue? Escorbuto? Malária? Beribéri? Ébola? Sífilis?), se tens escrito e em que capítulo é que vais, se jogas algum jogo novo, se vens aqui e me lês. Se sentes a minha falta ou se te é indiferente. Se já me esqueceste. E choro de saudade.
Acabei de entregar o meu último relatório, tenho a secretária pejada de trabalho pendente, estou a despejar armários, a restaurar documentos e a encaixotar coisas. Vou ter saudades disto, mas do que vou sentir mais falta mesmo é daquele cantinho no terraço que mais ninguém conhece e para onde fujo ocasionalmente.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Vale mais um cobarde vivo ou um herói morto?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Na, parece que o arúspice é o das entranhas. Portanto, áugure it is. Algum por aí?
Estou no meu sítio. O sol já se pôs, atrás da serra, e é aquela hora do dia em que tudo está calmo. O vento parou de soprar. O único sinal de vida é o fumo que sai de algumas chaminés lá ao longe e ascende tranquilo. Apetecia-me subir um pouco mais; lá em cima a sensação de liberdade é mais perfeita, mas alguém me pode ver e não quero ver ninguém, nem quero que ninguém me veja. Deixo-me ficar sentada, abraçada a mim mesma, no silêncio, de olhos fechados. Não sei porquê abro os olhos e vejo o gaio. Pousa na árvore, a mais alta do bosque, a sua árvore, sempre a mesma. Sinto uma alegria pateta, mais que pateta, uma alegria louca. O meu gaio. Não pensei que viesse tão cedo. O avô passava horas a falar do gaio e até me ensinou a piar como ele, mas já me esqueci. E logo a seguir passa outro, segue o primeiro, pousa na mesma árvore. Um casal! Brincam um pouco e voam juntos, em direcção à serra.
E agora estou baralhada, não sei se devo consultar um áugure ou um arúspice.

domingo, 4 de abril de 2010

No próximo ano, em Jerusalém

Ou então no mesmo sítio, daqui a 4 ou 5 meses. E iremos de braço dado, como sempre, apanhar amoras e roubar figos e maçãs e ser picadas pelas vespas e fazer figuras tristes no meio da estrada em cuecas. Amo-te muito, mamã.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

É incrível o quão pouco é necessário para sobreviver.
E agora está fascinada com os cortinados e com os bibelots. OMFG
A bola de pêlo transformou-se numa bola de cotão e teias de aranha. E está fascinada com a lareira. Portanto, com frouxel ou sem frouxel dorme fechadinha no meu quarto, que eu não sou apreciadora de churrasquinho de gata.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Estou sentada no meu sítio preferido do mundo, à minha hora favorita de sempre, a postar. Ain't life amazing?
Depois de fazer e desfazer a mochila mais 87 vezes, e me ter deitado às 5 da manhã (factos não directamente relacionados), o meu kit de sobrevevivência estabilizou, finalmente, e é composto por: roupa interior, pijama, livro, bolsa de maquilhagem, artigos de higiene, vestidinho, leggings, chapéu, telemóveis e respectivos carregadores, mp3, atuuuuuuuum, noodles, iogurtes, bolachas e canivete. E a bola de pêlos.