sexta-feira, 19 de julho de 2013

De forma que estou eu a dormir de olhos abertos na aula da sumidade que representa quimicamente o sal de cozinha por HCl quando entra a manda-chuva do coise e pergunta quem é a Nina. Dou um salto na cadeira e levanto timidamente o braço, enquanto a minha consciência me sopra ao ouvido 'pronto, já foste'. A fulana de tal pede à profe para me roubar durante um instantinho e lá vou eu como cordeiro ao sacrifício a tentar lembrar-me que raio fiz eu. Afinal, parece que a única pessoa da escola a quem serve o tamanho padrão sou eu. Ya, right... Logo no dia em que estou a usar umas cuecas que são basicamente um fio preso a um triângulo do tamanho duma moeda de dois euros. Roxas. Puta de sorte. Tenho de experimentar um macacão branco c-o-m-p-l-e-t-a-m-e-n-t-e transparente, da turma de finalistas. E passear-me pela sala de aula. E tirar o soutien porque aquela merda não tem costas e 'ficava mal', mas à frente é de renda e vê-se tudo. E depois vem a direcção em peso apreciar o espectáculo e dar dicas sobre costuras aqui e aberturas acolá. À tarde ainda se ouviam os comentários sobre a cor das minhas cuecas. Mas tudo bem, penso eu. Foi azar. À tarde vem um rabeta oleoso à minha sala de aula. Pede para eu provar o vestido dele, um vestido de cocktail lindíssimo, mas cujo tecido não chega para uma pega de cozinha. Repete-se o martírio. Sem soutien. E quando penso eu que já fui suficientemente humilhada e embaraçada e que posso finalmente voltar à minha roupa casual, velha, coçada e confortável, a minha coordenadora abre a porra da porta da sala, no preciso momento em que estou de cu para o ar a tentar enfiar-me nas calças de ganga, porta essa para onde está virado o meu gigantesco cu, com a merda do fio dental enfiado no rego. Coordenadora querida, que trazia mais não sei quantas pessoas com ela. Só me diz com ar azedo que largue as calças e torne a enfiar o vestido, para gáudio da audiência. De maneiras que tenho o meu filme, ou o meu rabo, se não queimado, pelo menos altamente chamuscado junto de colegas, professores, administrativos e direcção. A minha carreira na indústria da moda acabou. Quero morrer.

2 comentários:

R disse...

E vídeo? Não há?

Nina disse...

já foi suficientemente humilhante uma vez só... -.-'