terça-feira, 21 de setembro de 2010

A gaja e o seu cabelo

Um salão de cabeleireiro cheio de galinhas a cacarejar, dois gays a rirem que nem perdidos e eu com ar de estar à espera do meu último minuto, olhos esgazeados, vontade de fugir. É sempre assim. Brigamos, insultamo-nos, ameaçamo-nos, mas amamo-nos de paixão, eu e o meu hair dresser. Nem se põe a questão. Volto sempre ao local do crime. Desta vez lá se foi metade do cabelo (buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa), mas pronto, era mesmo mandatory. Prometo que nunca mais o deixo chegar a tal estado de degradação capilar (mentiiiiiiiira!). Está curto, está curtíssimo, dá-me vontade de morrer, está que nem eu me reconheço ao espelho, está um palmo acima do rabo. Buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa. Bem, é da maneira que já não me dizem que posso limpar o rabo com ele. Sempre agradáveis, os meus. E uma franja. Uma franja, senhores! Que é que me passou pela cabeça? Enfim, sempre posso pintar de vermelho e fico tal e qual a Florence, a minha obsessão feminina do momento. Mas também já me disseram que eu sou mais comestível que ela. Outro sacrilégio. O que é que será que ainda pode correr bem neste dia?

E não, não estou a exagerar. O cabelo é um assunto delicadíssimo. Meio centímetro a menos é muito. Maldito cloro e sal e sol e o caralho. Sniff, sniff.

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