quarta-feira, 16 de março de 2011

A minha esposa trava uma batalha antiga comigo. Batalha essa perdida, por muito que ela não queira reconhecê-lo. Os meus amigos são todos uns porcos, uns bêbados, uns mal-cheirosos. Mas o pior de tudo é que parece que não usam telemóvel, porque passam a vida a tocar-me à porta ou a gritar por mim da rua. Coisa que a enfurece particularmente quando eu não estou cá. 'Mas porque é que eles não telefonam, porra????'. Eu cá acho giro. E as pessoas não são obrigadas a ter saldo no telemóvel. Aqui há uns tempos foi um fulano, que ainda estou para descobrir quem foi, que achou engraçado gritar por mim, deviam ser aí umas duas da manhã de uma terça-feira. Normalmente a essa hora eu ainda estou acordada e ela já está a dormir, mas nesse dia em particular, por razões que agora não vêm ao caso, eu dormia o sono dos justos e ela trabalhava ao computador. Daí que é interrompida por alguém que me chamava em altos berros, por baixo da minha janela, não pelo meu nome, mas pelo meu apelido (o que por um lado reduz bastante as possibilidades, porque o número de pessoas que me tratam pelo apelido em vez de pelo nome não é muito elevado, mas por outro envergonha-me perante a rua inteira, porque Nina podia ser outra qualquer, mas um apelido como o meu não há muitos). Resultado: uma data de vizinhos em pijama à janela, a minha esposa mais enfurecida que nunca, eu a dormir regalada e um bêbado frustrado e possivelmente rouco. Mas perdoem-me, divago. O que queria mesmo dizer é que a minha querida esposa tem rasgos de génio. Por vezes ascende aos píncaros da iluminação. A última: 'Os teus amigos são mesmo uns estúpidos, uns boçais, uns brutos. Vêm para aí tocar à porta a qualquer hora do dia ou da noite. Já não os posso aturar. E o pior é que têm mau gosto, não têm uma noção de estilo que seja. Um destes dias era um gajo com um colete amarelo, como aqueles que usavas nas obras, a dizer censos 2011!'. MWAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!

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