segunda-feira, 29 de março de 2010

E agora a quem é que eu conto estas ninharias?

Se houvesse uma fotografia no dicionário ao lado de "distraída" seria a minha. Ou isso ou "destrambelhada", "idiota", "imprevidente" ou mesmo "completamente estúpida". Eu sei que uma da tarde a um domingo é um pouco cedo para mim, mas em Roma sê romana, e lá estou eu, em casa de mamãe e papai, passo pela cozinha e arranco para a sala, achando que não está lá ninguém, copo de sumo de laranja numa mão e jornal de ontem na outra. Só oiço uma voz que me faz gelar "O que é que é isso?". Ainda nem levantei os olhos do jornal e já sei para onde é que papai está a olhar. Os dois, sentadinhos no sofá, um a ler o jornal e outro a ler um livro. O meu pai nunca, mas nunca, levanta os olhos do que está a ler e teve de ser logo hoje. Sigo o olhar dele até ao meu punho erguido, impante de triunfo. O meu cérebro já está a mil, estou a balbuciar desculpas mentais, e ainda nem passou um milésimo de segundo. Não, não, NÃO! Isto não é o que parece, isto é apenas uma mão que segura um copo, e a manga está arregaçada até ao cotovelo porque faz calor, não é uma provocação, não foi só para tu olhares, nem sabia que estavas aí, nem imaginava que ias olhar para mim, estás sempre tão distraído, eu não...... STOP. Já passaram duas milésimas de segundo e eu tenho de dizer qualquer coisa. E rápido. Não tenho escolha, não dá para manipular, é demasiado óbvio o que é. "É uma tatuagem". "Tens isso desde quando?". "Aaaaaaaaaa... Fiz há pouco tempo". "Mostra lá. Diz o quê?". Mostro, digo. Pronto. Só isso. Ufffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff......... Estás a ficar mole, paizinho! :D

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