quinta-feira, 18 de março de 2010

Sei lá eu o que me apetece escrever. Sinto o peso do silêncio. E do vazio. Enorme. Mais do que tudo o resto, habituei-me a uma rotina que preenchia as minhas horas. A pessoa a quem eu dizia coisas que não digo a mais ninguém. A quem disse coisas que nunca mais direi. Porque não posso. Porque não quero. As minhas pequenas conquistas, as minhas pequenas tragédias. Tinha nela uma confiança absurda, porque inexplicável. E foi essa confiança que me distraiu.
Na vida perdem-se coisas e perdem-se pessoas. Já perdi pessoas pelas razões mais, ou menos, estúpidas, e das maneiras mais, ou menos, definitivas. A diferença é que é a primeira vez que perco uma pessoa por uma escolha minha. Saber isto não me faz mais feliz, mas dá-me a segurança da responsabilidade. É-me mais fácil apagar da minha vida a pessoa que quero do que apagar um número de telefone de alguém que está morto há 8 anos.
Numa coisa talvez tenhas razão e tenho de te dar esse crédito. Eu não te perdi. Foste tu que me perdeste a mim.

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